Opinião

O fim da União Europeia e a Ucrânia

28 fev 2022 15:45

Putin nunca foi nem é um democrata, é autocrata e não olha a meios para atingir os seus fins

Para se compreender o conflito na Europa de Leste é preciso recordar um conjunto de acontecimentos da última década do seculo XX.

No início dos anos 90 do século passado o mundo mudou com a desagregação da URSS e consequente fim do Pacto de Varsóvia que estava para a União Soviética como a NATO está para os Estados Unidos.

Com o fim da União Soviética, a NATO deixou de ter razão de ser, no entanto em vez de desaparecer como organização militar iniciou um processo de alargamento na Europa Oriental.

A NATO deveria ter sido desmantelada como atitude de desanuviamento político na Europa. Pelo contrário, esta organização tornou-se mais agressiva e ferramenta dos EUA para aumentar a sua influência na Europa e até em outros países no mundo.

A NATO/EUA foram responsáveis pela destruição de países como Afeganistão, Síria, Iraque e Líbia.

Com uma União Europeia sem estratégia e a caminho da desintegração, os EUA pressionam cada vez mais os países europeus a comprar o seu armamento para alimentarem a sua poderosa indústria do armamento que tem no topo as norte-americanas Lockheed-Martin, Raytheon, Boeing, Northrup e General Dynamics.

Os países europeus são meros piões obedientes das exigências dos EUA feitas na pessoa do cinzento Stoltenberg.

Em 2014 um golpe de estado na Ucrânia com o apoio da NATO/EUA e de grupos nazi levou à saída de Yanukovich (presidente próximo dos russos) e à entrada de marionetes do ocidente, primeiro Poroschenko, indiciado por diversos crimes, e de seguida o comediante Zelensky, leal intérprete dos interesses ocidentais.

Perante este golpe, Putin apoderou-se da Crimeia tal como das regiões de Lugansk e Donetsk, russófonas e industrializadas.

E assim se iniciou a guerra na Europa de Leste. A guerra na Europa de Leste é apenas mais uma guerra de confrontação da NATO/EUA com a Rússia.

O que está em jogo para Putin é a restauração da área de influência de Moscovo perdida com o fim da União Soviética.

Putin nunca foi nem é um democrata, é autocrata e não olha a meios para atingir os seus fins.

É apoiado por governantes pertencentes à família política de extrema-direita “Identidade Democracia” do Parlamento Europeu ao qual pertence o Chega.

A guerra na Ucrânia é apenas mais uma consequência da estratégia dos EUA de confrontação com a Rússia e de alguma forma de contenção da própria influência da China na Europa. Infelizmente quem mais vai sofrer é o povo ucraniano e russo.

Muito provavelmente, este será o último conflito na Europa como a conhecemos hoje.

Tanto os EUA como a Rússia beneficiam da fragilidade e ignorância das chefias europeias presentes e passadas como Barroso, Blair, Juncker e atualmente Borrel.

O fim da União Europeia está próximo.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990