Opinião

O ódio

5 abr 2019 00:00

Em 2019 estamos a olhar para 1933 e a fazer exactamente o mesmo que o Mundo fez nessa altura: olhar para o lado, à espera que passe. E a esmagadora maioria da comunicação social é tão culpada como o Facebook.

No último ano (ou mais) fui-me progressivamente desligando do Facebook. Profissionalmente é impossível, mas pessoalmente publiquei pouco e tentei perder cada vez menos tempo por ali.

A intolerância, o ódio, a estupidez primária - por vezes vinda de amigos, mas na maior parte das vezes da pena medieval do “povo em geral” (o que não deixa de ser da mesma forma absolutamente devastador) – esmoreceram-me o interesse.

Pouco me importa aquela coisa do “ah, no Facebook toda a gente parece mais feliz do que o que é” e estou-me a marimbar para as mil fotos de praia, imperiais ao sol e comezainas épicas. “Tu mismo”, como dizem os espanhóis.

Já para o que não me estou a marimbar é para a profusão do ódio, do racismo, da homofobia, do machismo e afins.

O sucesso global da extrema-direita e o regresso em força do exacerbar descarado de ideologias dantescas alicerçado no Facebook (e noutras redes) e na total falta de controlo por parte da plataforma é o principal motivo pelo qual chegámos aqui.

Em 2019 estamos a olhar para 1933 e a fazer exactamente o mesmo que o Mundo fez nessa altura: olhar para o lado, à espera que passe. E a esmagadora maioria da comunicação social é tão culpada como o Facebook.

O esgoto em que se transformaram as suas caixas de comentários, sem moderação e sem uma activa tomada de posição por parte de quem as gere, é incompreensível e criminoso.

A disseminação de

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