Editorial
O voto que conta
A abstenção é, na prática, uma escolha: a de deixar que os outros decidam por nós
No próximo domingo, 18 de Maio, Portugal vai de novo a votos. Depois de uma campanha intensa, com muita informação e alguma desinformação, é chegado o momento de cada eleitor, em consciência, escolher quem o irá representar e ser a sua voz na Assembleia da República. Mais do que votar em partidos ou listas, irá ajudar a decidir quem poderá ter melhores condições para definir o rumo do País, quem irá legislar, fiscalizar o Governo e zelar pelo cumprimento da nossa Constituição.
Vivemos um tempo em que o desinteresse e o cepticismo em relação à classe política parecem crescer em alguns sectores da sociedade. Mas convém recordar, que a abstenção é, na prática, uma escolha: a de deixar que os outros decidam por nós.
Embora o voto não seja obrigatório, é um dever cívico, um compromisso com a comunidade, com o bem comum, com todos os que lutaram para que pudéssemos votar em liberdade. Votar é afirmar que nos importamos com o presente e o futuro colectivo, que queremos participar na construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida.
Aos candidatos, exige-se que encarem este processo com responsabilidade e ética. Integrar uma lista, independentemente do lugar que ocupam nessa mesma lista, não é apenas disponibilizarem-se para disputar, ou ajudar a disputar, um lugar no Parlamento. É assumirem a missão de servir a região pela qual se candidatam, defender o interesse público e colocar o bem comum acima de interesses pessoais ou partidários.
Espera-se, por isso, que sejam os primeiros a dar o exemplo de transparência, proximidade e capacidade de escuta, pois é neles que se deposita a confiança e a esperança de transformação das necessidades e aspirações de todos nós em políticas concretas e concretizadoras. É na democracia que cada voto conta, cada escolha pesa, cada pessoa tem o poder de decidir. Não votar é desperdiçar esta oportunidade de participação nos destinos do País.