Opinião
Otimismo fundado
Poucos acreditarão que a taxa de assassinatos tem declinado drasticamente em quase todo o mundo; que, em 1820, 94% da humanidade subsistia com menos de dois dólares por dia e que essa percentagem caiu para 37% em 1990.
Os cabeçalhos dos media alteram a perceção individual do mundo. Poucos acreditarão que é hoje menos provável morrer num ataque terrorista do que há 30 anos, mas essa é a verdade.
Poucos acreditarão que a taxa de assassinatos tem declinado drasticamente em quase todo o mundo; que, em 1820, 94% da humanidade subsistia com menos de dois dólares por dia e que essa percentagem caiu para 37% em 1990 e menos do que 10% em 2015; que a taxa de pobreza extrema na Ásia caiu de 60% em 1990 para menos de 3,5% em 2015; e que até o nível intelectual (para além do educacional) tem aumentado nas últimas décadas.
Na verdade, se vemos uma notícia sobre um homicídio, assumimos que essa é a norma, quando há 30 anos o número de homicídios era bem superior (mas menos noticiado).
Por outro lado, um pai que abraço um filho ou um amigo não gera parangonas, mesmo que essa seja a absoluta normalidade (e não a violência). Este tipo de pessimismo, que brota de uma realidade deturpada, tem gerado problemas a nível político, económico e social.
Por um lado, o crescente populismo nos países ocidentais alimenta-se de um medo que não tem base estatística – o mundo está melhor, mesmo que tenhamos em conta os problemas da desigualdade e do ambiente.
*Diretor executivo da D. Dinis Business School e docente do IPLeiria
Texto escrito de acordo com a nova ortografia
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