Opinião
Para ser feliz
Um presente cheio de passado ou de futuro não pode ser usufruído.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Fernando Pessoa
O que nos faz felizes foi o tema do último escrito de 2016. Nele afirmámos que a felicidade é um sentimento subjetivo, pelo que não pode ser nem absoluto nem permanente. Podemos e devemos procurar e conseguir momentos de felicidade. Formulados os tradicionais desejos para 2017, certamente tendo a ver com a felicidade ou afins, é importante ter presente que os momentos felizes dependem em muito das nossas atitudes e comportamentos.
Assim, cabe-nos procurar gerir a vida de modo a que, quer nas relações connosco quer com os outros, evitemos que os excessos nos dominem. Em primeiro lugar coloquemos as coisas no seu tempo, vivendo o presente sem a pressão constante e exagerada do que nos rodeia e nos interpela (sem stresse); mas também sem nos deixarmos submergir pelo passado (o que nos poderá conduzir à depressão); igualmente sem excessos de preocupação quanto ao futuro (de que resultará a ansiedade). Um presente cheio de passado ou de futuro não pode ser usufruído.
É fundamental uma atitude de confiança pessoal, valorizando de forma justa o que fazemos e reconhecendo e assumindo os erros ou falhas que naturalmente cometemos. Quando tal acontece, não esqueçamos que pedir desculpa não é sinal de fraqueza, bem pelo contrário. Esforcemo-nos por não permitirmos que sentimentos de culpa nos corroam a partir de dentro.
*Psicólogo
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.