Opinião

Património urbano

17 jun 2017 00:00

Se no século XIX eram pouquíssimas as vozes que se erguiam para defender as antigas morfologias urbanas contra os projetos modernizadores, higienistas, que rasgaram os antigos centros e os descaracterizavam, hoje tal comportamento é inaceitável.

Quase todas as cidades passaram por estes processos de modernização, tendo sido mais intensos nos centros de maior dinamismo e desenvolvimento económico e social.

Por vezes era a própria existência de um monumento que justificava as demolições do que se considerava como “poluição” construtiva menor.

Foram vários os tecidos urbanos destruídos para deixar “respirar” catedrais, castelos, palácios e outros monumentos patrimoniais clássicos.

Mas por volta de meados do século XX os tecidos urbanos passaram a ser assumidos como património por si, zonas em que o conjunto valia mais que os edifícios isolados.

Aos conjuntos urbanos juntaram-se os elementos humanos. O património urbano passou a integrar as comunidades humanas e as suas atividades associadas ao território do património construído.

O património material conjugou-se com o imaterial.Há que lembrar que uma das principais características que definem as cidades são as suas atividades.

Um conjunto de edifícios sem habitantes, sem atividades produtivas, culturais, de consumo, lazer, não é uma cidade.

Uma cidade que não tem vida, que não muda com o tempo também não é cidade.

Uma cidade estática é uma cidade morta, é uma ruína ou no melhor dos casos um museu ou parque de diversões.

Então gera-se um dilema.

* Engenheiro Civil/Mestre em Energia em Ambiente

Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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