Opinião

Restauração em alta

15 dez 2016 00:00

Para Leiria se afirmar como destino turístico, eventualmente assumindose como base para quem pretenda conhecer esta região, é fundamental que apresente modernidade na sua oferta comercial, cultural, hoteleira, de restauração e de animação nocturna.

A abertura de novos espaços de restauração é, sem dúvida, uma boa notícia para uma cidade como Leiria, que se quer afirmar como um destino turístico de referência. Só no último mês surgiram seis novos restaurantes, que se vieram juntar a uma oferta já bastante interessante, em quantidade, qualidade e diversidade, numa cidade com a dimensão de Leiria.

Nesse aspecto, pode-se dizer que a cidade do Lis caminha para ser cosmopolita, pois além da cozinha portuguesa mais tradicional que lhe trouxe, já há muito, fama gastronómica, oferece sabores de diversos cantos do Mundo, do Japão à Índia, da China às mediterrânicas França, Espanha e Itália, do México ao Brasil. Para não falar, naturalmente, da famosa gastronomia norte-americana, que tem cada vez mais peso nesta cidade, com uma hamburgueria em cada esquina.

Interessante é, também, perceber que os novos espaços que vão surgindo têm uma preocupação notória com a imagem e o ambiente, tendo terminado o tempo das mesas corridas com cadeiras mal amanhadas, a servir grelhados sob uma luz de arca frigorífica. Hoje a exigência é outra e os novos empresários, assim como os antigos que têm requalificado os seus espaços, perceberam isso, indo ao encontro do que as pessoas que estão dispostas a gastar dinheiro para comer fora de casa procuram.

Para Leiria esta tendência só poderá ser positiva, pois é sabido que o turismo não se move apenas atrás do património, do histórico e da natureza, procurando, cada vez mais, destinos que conjuguem ofertas complementares. Para Leiria se afirmar como destino turístico, eventualmente assumindose como base para quem pretenda conhecer esta região, é fundamental que apresente modernidade na sua oferta comercial, cultural, hoteleira, de restauração e de animação nocturna. Se assim não for, os turistas continuarão a passar por esta região apenas para visitar de 'raspão' Fátima, Batalha, Leiria, Nazaré e Alcobaça, regressando a Lisboa para dormir, comer e comprar lembranças.

Ou seja, podemos arriscar a dizer que o futuro de Leiria enquanto cidade capaz de atrair turismo está tanto nas mãos dos privados, e no que estes consigam fazer, como nas da autarquia, e de outras instituições públicas, sendo a conjugação das acções de ambas que poderá colocar Leiria no mapa do grande negócio que é o turismo.

Falando de turismo, recorde-se que o m|i|mo assinala duas décadas de existência. No entanto, passados 20 anos, poder-se-á afirmar que as visitas àquele espaço estão aquém do que o seu espólio, um dos mais importantes do país, mereceria.

É apenas um exemplo de como, isoladamente, é difícil 'vender' o que quer que seja, sendo importante que Leiria e a região envolvente se apresentem como um destino de oferta diversificada e complementar, onde os turistas podem encontrar soluções para passar uma ou duas semanas sem dar o tempo por perdido.