Opinião
Segundas-feiras e latas de graxa Búfalo
Não entendia grande parte do que diziam mas já então percebia que, debaixo da arcada dos cafés da Praça Rodrigues Lobo, coexistiam duas visões do mundo.
Geralmente fazia-o ao domingo. Almoçávamos frango corado no forno como só a avó sabia fazer e à tarde levava-me ao café da cidade onde discutia política com os amigos do pré e pós 25 de Abril enquanto eu comia a minha torrada e o meu chocolate quente da Ucal mensal.
Não entendia grande parte do que diziam mas já então percebia que, debaixo da arcada dos cafés da Praça Rodrigues Lobo, coexistiam duas visões do mundo que se reflectiam nos jornais que povoavam as opções de leitura de quem frequentava o café mais à direita e de quem optava pelo café mais encostado ao lado esquerdo.
Voltávamos para casa depois de ver o obituário do fim-de-semana na vitrina da loja de fazendas da baixa e as novas fotografias na montra do fotógrafo mais moderno da cidade e era então que me pedia para ir buscar os meus sapatos.
A contabilidade doméstica e a oferta dos tempos permitia apenas um par por ano e umas botas para os dias de chuva e de mais frio e n&atild
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