Opinião
Votem, amigos, votem!
Um voto nunca é só um voto. Um voto não é para desperdiçar
Escrevo estas linhas às sete da tarde de segunda-feira, 19 de Fevereiro e acabei mesmo agora de votar. Boletim levantado nos Correios aqui do bairro, cruzinha no sítio certo e feito. Voto a caminho de Portugal. Estou contente. Para mim, votar sempre foi um acto emocionante, mas, desta vez, é-o ainda mais.
Por um lado, por estarmos a poucas semanas de assinalarmos os 50 anos de Abril, por outro pela gravidade do momento, mas, sobretudo, porque é a primeira vez que voto pelo Círculo Eleitoral da Europa. Garanto-vos: é emocionante.
É verdade que, olhando para a coisa friamente, sou incomensuravelmente mais impactado pelos resultados das eleições no país em que vivo e de onde não penso sair, do que pelo que quer que venha a ocorrer em Portugal no dia 10 de Março.
Tecnicamente, mesmo que o pior dos pesadelos se concretize, a mim, pessoalmente, não me vai afectar. Então, de onde é que vem esta emoção, esta vontade de contribuir para um futuro colectivo de que não farei parte? Não faço ideia, mas, entre as possíveis explicações mais ou menos metafísicas ou mais ou menos “pseudo-patrioteiras” que, seguramente, poderia encontrar nas caixas de comentários desta vida, a única coisa que me ocorre é que será pelos amigos e pela família. Pelas minhas sobrinhas, sem dúvida.
Um voto nunca é só um voto. Um voto não é para desperdiçar. Um voto tem de ser uma garantia de progresso, de mais igualdade, de bem-estar, de paz, pão, saúde e habitação (Sérgio Godinho, não sejas Abrunhosa!).
E espero, sinceramente, que o meu voto contribua para uma maioria de esquerda progressista que permita tudo isso e mais ainda. É um caminho que é possível e que se está a trilhar aqui deste lado da fronteira. Não sem turbulências, não sem dificuldades, não sem que as coisas às vezes não sejam tão imediatas como gostaríamos, mas ainda assim, a trilhar-se (para desgosto, claro está, dos aldrabões do costume).
Portanto, sim, votei e emocionei-me. Votei e fiquei com um sorriso na cara. E não há aldrabão que me possa tirar essa alegria. Dia 10 de Março, votem, amigos, votem e emocionem-se!