Anunciou em Junho que pretende ser Presidente da República. Quais serão os argumentos que utilizará na sua campanha?
Ainda tenho dois anos para convencer os eleitores, mas o primeiro argumento para isso, é que precisamos de fazer mais e melhor. Portugal não está entre os piores, mas não está nos melhores e temos de começar a ter uma visão de começarmos a ter um mindset [disposição mental ou mentalidade] de que podemos ir para o grupo dos melhores, porque se não fizermos isso vamos ter um período muito difícil. Cheguei a um ponto onde já não podia continuar a falar sobre o que não está bem e o que podia ser melhor e decidi que tinha de começar a fazer alguma coisa. Nunca pensei que tinha de ser parte da política para tentar mudá-la, mas às vezes, se não se consegue mudar temos de entrar para fazer acontecer. Sei que, para os eleitores, não é fácil sairmos do seu conforto e olhar para pessoas diferentes, para pessoas que, se calhar, entendemos que não têm todas as skills [competências] que procuram num presidente. Mas sou uma pessoa que quer fazer algo pelas pessoas. Se não fizermos isto, sei que até eu vou perder os meus filhos e os meus netos, que não vão querer car cá. Quero ter uma campanha super positiva e inovadora, uma campanha que põe Portugal em primeiro lugar. Não tenho lobby, não tenho pessoas por trás a dar-me dinheiro - não preciso disso -, não estarei lá para o tacho, como se costuma diz. A minha campanha será diferente. Será para pessoas que acham que, se calhar, é tempo de olharem para alguém que sabe o que é pagar impostos, que sabe o que é empregar pessoas, sabe o que é não dormir à noite porque tem de fazer pagamentos e que tem de estar a criar e fazer crescer empresas, para conseguir continuar a andar para frente. Sou um candidato para isso!
Mas o poder do Presidente da República é limitado.
Mas o poder do Presidente da República é limitado. É verdade, mas um Presidente da República pode usar soft power. Pode trabalhar e não precisa de um partido. Temos muitos partidos que até acreditam nas mesmas coisas e um Presidente pode levar a que esses que acreditam nas mesmas coisas, façam acontecer. Há muita coisa em comum. Por exemplo, andam todos a dizer que se tem de baixar as taxas para as empresas. Vamos lá executar essa medida! Um Presidente pode também responsabilizar mais os ministros e vericar se estão a fazer o que dizem. Acredito que temos de começar por mudar o mindset português. Acredito que poderei ser melhor Presidente do que um primeiro-ministro político. Temos de saber onde podemos chegar e o que podemos alcançar. O que gostaria de concretizar era que outras pessoas, que podem ser o primeiro-ministro e restantes ministros, começassem também a sonhar e a acreditar que podem fazer a diferença.
Se pudesse, quais seriam os três sectores prioritários onde actuaria?
Começava na educação. Temos de estar mais à frente no planeamento daquilo que é preciso para a educação. Estamos há muito tempo a culpar pessoas e passados e a olhar sempre para trás, mas temos de começar a olhar para a frente, porque o trabalho vai ser do futuro e, como tal, temos de ter uma educação mais do futuro. O sector seguinte é, obviamente, a saúde. Assistimos a um crescimento na saúde privada porque a saúde pública está a ruir. Há muito mais que podemos começar a fazer neste capítulo. Se começarmos a ver que conseguimos faremos com que o País seja mais competitivo neste mundo global. Portugal não pode ser um país de lifestyle e de atrair pessoas que vêm para cá, quando já não estão a produzir. Temos de começar a ter e manter as pessoas que passam pelo sistema educativo, que são tratadas pela nossa saúde, para que ajudem a dar a volta a Portugal. Deveríamos ter mais força e de pôr o País em primeiro lugar. Isto é sonho, mas a verdade é que o mindset, pode começar a fazer com que isto se concretize.
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