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A que sabe o futuro?
Nos últimos anos, tem-se assistido a uma revolução vegetariana e vegan na indústria alimentar.
Nos últimos anos, tem-se assistido a uma revolução vegetariana e vegan na indústria alimentar. Por exemplo, depois do Burger King ter feito uma parceria para a venda de hamburgers vegetais, da Izidoro ter lançado uma vasta gama de produtos de origem 100% vegetal, chega agora a vez do McDonald’s fazer o anúncio em Portugal: a chegada do McPlant, um hamburger 100% vegetal em parceria com a Beyond Meat, feito com proteína de ervilha e arroz – apesar de servido com ingredientes não-vegetais.
Também foi noticiado este ano a chegada de diferentes substitutos de ovo ao nosso país. Os Happinneggs, produzidos em Alcobaça pela Plantalicious, são feitos a partir de uma mistura de proteínas vegetais de arroz, ervilha e feijão de soja. O notEggo é um substituto vegetal do ovo, cuja “gema” é produzida à base de tremoço, batata-doce e cenoura, e a “clara” é feita de creme de soja, farinha de arroz e amido de tapioca. Este projeto, nascido na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, venceu o Born from Knowledge (BfK) Awards.
É notório não só o aparecimento de novas empresas e investigação na área de substitutos de origem vegetal, mas também o interesse de grandes marcas na sustentabilidade ambiental e nos novos hábitos de consumo. Este interesse criou um novo mercado e uma nova oportunidade de Propriedade Intelectual (PI).
Numa tentativa de se diferenciarem dos concorrentes, as empresas voltam-se cada vez mais para o desenvolvimento de produtos que pretendem não só imitar o aroma de produtos de origem animal, mas também a sua textura, sensação de confeção, cor, sabor residual e perfis de sabor (ver os exemplos da gigante de tecnologia de alimentos Impossible Foods Inc., que desenvolveu um hamburger capaz de replicar a sensação de carne a sangrar, e entre outros, um conjunto de moléculas precursoras de sabor que fornecem um sabor e cheiro de carne ao produto durante o processo de confeção).
É importante seguir o crescimento do mercado português e as ideias inovadoras que surgirão nesta área cada vez mais competitiva para as empresas. Uma via interessante seria ver um crescimento e aproveitamento de produtos secundários provenientes dos processos de obtenção destes substitutos de origem vegetal, por exemplo, as frações secundárias de processos de fermentação e de extração de diferentes proteínas, no âmbito de uma economia circular.
A PI deve ser uma das primeiras estratégias a seguir por uma empresa de forma a valorizar o seu produto e retorno económico. Os desenvolvimentos de novos produtos conferem a empresas proteção por patentes e ajudam na criação de um portfolio de PI. Igualmente importante é garantir que novos nomes e logotipos sejam protegidos por meio de marcas registadas. Esta combinação de patentes e marcas registadas é essencial para o futuro das novas empresas, já que, quando as patentes expiram, é esperado que a marca seja tão forte e reconhecida que coloque a empresa bem estabelecida no mercado relativamente a possíveis concorrentes.
Aguardamos para ver que novas empresas portuguesas na área de produtos plant-based serão capazes de ganhar o domínio do mercado nacional, e, quem sabe, internacional.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990
Parceria com a J. Pereira da Cruz S.A.