AUTÁRQUICAS 2021

Algumas listas independentes são "refúgio de projectos pouco transparentes, interesses económicos ou ambições pessoais”

1 set 2021 11:16

Jerónimo de Sousa, ontem, na Marinha Grande

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Jerónimo de Sousa
Ricardo Graça
Redacção/Agência Lusa

As eleições autárquicas de Setembro são uma “batalha muito exigente” para o Partido Comunista (PCP), mas há razões “para ter confiança”, afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.

“Sabemos que é uma batalha muito exigente, porque exigentes são os nossos objectivos eleitorais, mas é uma batalha que queremos e podemos vencer, com o empenho, a determinação de cada um, dos apoiantes, activistas e eleitos da CDU, no esclarecimento e mobilização para o voto no dia 26 de Setembro”, afirmou ontem, terça-feira.

O dirigente comunista discursava na Marinha Grande, numa sessão pública denominada “Futuro de confiança, trabalho, honestidade e competência”, na qual foram apresentados os candidatos da Coligação Democrática Unitária (CDU) aos órgãos autárquicos do concelho.

Dirigindo uma saudação aos eleitos e candidatos da coligação, o dirigente saudou particularmente os “muitos milhares de independentes que, neste concelho, neste distrito e no País – cerca de 15 mil candidatos - abraçam este projecto” e que “traduzem bem a abertura da CDU para se constituir como espaço de acção convergente e de cooperação de numerosos cidadãos sem partido”.

“Não erraremos se afirmarmos que, na CDU, nas suas listas, há muito mais independentes do que, nas falsamente designadas, listas de independentes, que, na sua generalidade, são o refúgio de projectos pouco transparentes, de interesses económicos ou meras ambições pessoais”, declarou.

Jerónimo de Sousa realçou “o êxito político que constitui a apresentação das candidaturas da CDU a todos os municípios do continente, da Região Autónoma da Madeira e a 16 dos 19 municípios da Região Autónoma dos Açores, envolvendo cerca de 40 mil candidatos, e que confirmam a coligação como uma grande força política nacional, com incontestável presença na vida local e com uma importante intervenção nos problemas das populações”.

O secretário-geral do PCP manifestou “a confiança de quem tem um passado de realização nas autarquias e um projecto alternativo de esquerda no poder local que não deixam dúvidas quanto ao sentido e rumo” na defesa do interesse público e das populações.

“E esta afirmação é tão mais evidente quando se olha em redor, para o conjunto dos concelhos desta região e não se distinguem, na sua gestão e nas suas políticas, os concelhos de maioria PS e dos concelhos de maioria PSD, pese o esforço do PS de se colocar à esquerda em palavras, para iludir as suas verdadeiras opções e orientações”, observou.

Segundo o secretário-geral comunista, a confiança é também “de quem tem candidatos com experiência, capacidade de realização e provas dadas na defesa dos interesses das populações”.

“Sim, temos candidatos, gente séria e dedicada e temos um projeto distintivo – o reconhecido projecto da CDU -, assente no trabalho, na honestidade e na competência, como solução e força alternativa quer a PS, quer a PSD e CDS e seus sucedâneos, ou em relação ao BE”, prosseguiu.

Jerónimo de Sousa alertou ainda que “as próximas eleições autárquicas constituem uma batalha política de grande importância pelo que representam no plano local, mas também pelo que podem contribuir no plano nacional para melhor defender os interesses dos trabalhadores e do povo”.

Na sessão, discursou também a cabeça de lista da CDU, coligação que junta PCP e Partido Ecologista “Os Verdes”, à Câmara da Marinha Grande nas eleições autárquicas, Alexandra Dengucho.

Alexandra Dengucho (@Ricardo Graça)

A Câmara da Marinha Grande é liderada desde 2009 pelo PS. Nas autárquicas de 2017, os socialistas alcançaram três mandatos. A CDU e o grupo de cidadãos Movimento pela Marinha (MpM) dividem os restantes quatro lugares na vereação.

Os outros candidatos são a actual presidente da Câmara, Cidália Ferreira (PS), Pedro Luzio (BE), Pedro Amorim (CDS-PP), Ezequiel Murteira (Chega) e os vereadores Aurélio Ferreira (+MpM, que integra os movimentos MpM e +Concelho) e Carlos Caetano (PSD).