Sociedade
Alunas da Secundária Rodrigues Lobo representam Portugal em Bilbau
Jovens de Leiria juntaram poesia à ciência
O ano de Francisco Rodrigues Lobo – quando a poesia e a ciência se encontram foi o projecto da autoria de Filipa Dinis, Luana Silva e Marta Pinhal que lhes deu acesso a representarem Portugal e Leiria, na 10ª edição do Elhuyar Zientzia Azoka, uma feira de ciência para alunos do ensino secundário, na cidade de Bilbau, no norte de Espanha.
As alunas do 11.º B da Escola Secundária Francisco Lobo foram desafiadas pela professora de Biologia/Geologia, Isabel Vieira, para elaborarem um projecto para apresentar no concurso jovens cientistas, em 2021, que fosse alusivo às comemorações dos 400 anos da morte do poeta relacionando-o com a biologia. O trabalho distinguiu-se pela originalidade temática e abordagem interdisciplinar, pois aliou a ciência à poesia.
Além dos 400 euros que ganharam, as alunas rumaram a Espanha entre 2 e 5 de Junho, onde expuseram, num stand, o seu trabalho, que acabou por envolver as disciplinas de Biologia, Português e Inglês.
Marta Pinhal foi a responsável por descobrir a vida e obra de Francisco Rodrigues Lobo, já que Português é o seu forte. Luana Silva e Filipa Dinis fizeram, posteriormente, a relação com a Biologia.
“Fizemos três pósteres, dois dos quais são sobre as relações interespecíficas no Pinhal de Leiria. Um no tempo do Francisco Rodrigues Lobo, ao analisar os poemas, e o outro depois do incêndio, da inserção de espécies invasoras e de uma má relação entre o homem e a natureza”, explica Filipa Dinis.
Luana Silva acrescenta que os cartazes exibiam ainda uma imagem, que “representava a área autóctone antes do incêndio, com as relações bióticas que elas estabelecem naquele ambiente com as espécies” e outra que já mostrava a área invadida.
“Notava-se claramente que o pinhal já estava arrasado. A foto era mais escura, com menos vegetação e espécies, enfatizando as invasoras, como o eucalipto. Fomos ilustrar as relações bióticas que se começaram a estabelecer nessa altura já com o ecossistema alterado”, explica ainda a aluna.
Marta Pinhal salienta que a investigação que fizeram para o trabalho fê-las perceber que Francisco Rodrigues Lobo era “interessado em Biologia”. “De Francisco Rodrigues Lobo só conhecíamos o nome da nossa escola. Não tínhamos noção que já há quatro séculos ele conseguiu descrever tão bem a paisagem bucólica que havia do pinhal”, destacaram Filipa e Luana.
O stand em Bilbau foi bastante visitado, sobretudo por portugueses, que se interessaram em perceber o projecto das alunas. De Bilbau, as três destacam a “cultura” dinamizada numa cidade “muito diferente de Leiria”.