Sociedade
APA e Municípios de Leiria e da Marinha vão limpar margens do Lis
Projecto conta com um investimento tripartido de quase 130 mil euros.
Os Municípios de Leiria e da Marinha Grande assinaram ontem um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) com vista à limpeza e manutenção das margens do rio Lis entre as pontes de Monte Real e das Tercenas.
O acordo de colaboração tem por objecto a intervenção de reperfilamento do rio Lis, nomeadamente através de limpezas e desobstruções do leito e margens, “de forma a garantir condições de escoamento dos caudais líquidos e sólidos em situações hidrológicas normais e extremas e a correcção dos efeitos da erosão no leito e margens”.
Com um investimento de 129.980 euros, a APA assegura a comparticipação de 50%, num total de 60 mil euros. A Câmara de Leiria irá pagar 27 mil euros e a Autarquia da Marinha Grande, por ter uma extensão maior de intervenção, assume a verba de 16.500 euros.
“Este projecto visa dar melhores condições de escoamento e drenagem o rio Lis, que é um rio que historicamente se porta mal”, adiantou Pimenta Machado, vice-presidente da APA, acrescentando que a intervenção irá ajudar ainda a “proteger as margens no rio Lis”. A APA assinou ainda um protocolo com o Município de Leiria para a conservação e manutenção da ribeira dos Milagres.
Pimenta Machado revelou que o projecto foi desenhado pela Faculdade de Engenharia do Porto com o apoio da APA, que irá ter a função de acompanhar os trabalhos e apoiar tecnicamente o seu desenvolvimento. A Câmara assume a execução do projecto”.
“Queremos dotar a ribeira dos Milagres de melhores condições e devolvê-la às populações, que devem ser envolvidas na gestão da rede hidrográfica”, adiantou Pimenta Machado.
Para Gonçalo Lopes, este é “mais um sinal da importância que os municípios e o Estado atribuem à necessidade de inverter aquilo que tem sido o longo e lento percurso da despoluição do rio Lis”.
A Autarquia de Leiria irá assumir o investimento na totalidade. “Consideramos que é uma despesa vital, porque vamos perceber algumas das origens dos problemas, porque muitos estão ocultos, e podemos encontrar alguns pontos negros e isso pode ser importante para o futuro”, assumiu Gonçalo Lopes ao desafiar a APA e a Administração da Região Hidrográfica do Centro a manterem uma colaboração futura com a Câmara para que se possa “voltar a investir na despoluição do rio Lis”.
O autarca sublinhou ainda que tem sido “um esforço muito grande conseguir mobilizar e, sobretudo sensibilizar, para a importância ambiental no que diz respeito às causas principais da poluição do rio Lis”, reconhecendo que a “poluição resulta da actividade económica das pecuárias da região”.
“As questões ambientais estão na agenda das políticas mundiais, mas não devemos preocuparmo-nos com o CO2 e a importância de inverter as suas emissões, mas também com a poluição nos rios”, rematou.
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