Sociedade

Apoios para ir viver no interior abrangem oito concelhos da região

6 fev 2020 18:02

Contemplados incentivos para trabalhadores e empresas

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São Bento, em Porto de Mós é uma das freguesias abrangidas pelo programa
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

O programa Trabalhar no Interior, anunciado esta segunda-feira pelo Governo e que contempla apoios financeiros para quem se mude para zonas menos densamente povoadas, abrange oito concelhos da região. Cinco desses municípios – Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande – são abrangidos na totalidade, enquanto em Ourém, Pombal e Porto de Mós o programa chega apenas a parte do território.

Em causa, estão apoios para os trabalhadores que decidam fixar-se nessas zonas, que podem chegar aos 4800 euros, e para as entidades que criem emprego. Neste caso, o incentivo poder ir até 1.900 euros mensais por pessoa contratada.

No caso de Ourém, foram contempladas as freguesias de Espite e de Matas e Cercal e toda a zona Norte do concelho (Freixianda, Ribeira do Fárrio, Formigais, Rio de Couros e Casal dos Bernardos. Em Porto de Mós, o programa abrange apenas a zona de São Bento, sendo que no concelho de Pombal também só é considerada uma freguesia, a de Abiul.

Além do apoio à mudança e instalação no Interior, que oscila entre os 2.600 e os 4.800 euros, os estágios profissionais que se realizem no Interior terão uma majoração de 10% na comparticipação da bolsa pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional bem como a majoração em 20% do prémio-emprego (conversão do contrato de estágio em contrato sem termo).

O programa inclui ainda incentivos às empresas para a contratação, com majorações especiais (de 25% no âmbito do Contrato-Emprego). Para facilitar a mudança, será também lançado o programa Habitar no Interior, que pretende “incentivar projectos- piloto municipais destinados ao arrendamento a custos mais acessíveis”, refere um comunicado do MCT.

Luís Albuquerque, presidente da Câmara de Ourém
São sempre bem-vindos os apoios que pretendam incentivar a fixação de população onde é mais difícil fazê-lo e que façam com que algumasempresas que ainda tenham dúvidas onde se instalar possam decidir em favor desses territórios. Este programa está em linha com a estratégia que o Município tem vindo a desenvolver para o interior do concelho. Estamosjá na fase de aquisição de terrenos e de elaboração de projecto para a criação da zona industrial da Freixianda, que será uma importante ajuda parafixar pessoas na zona Norte do concelho, aquela que mais tem sofrido com o despovoamento.
Jorge Abreu, presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos
Congratulo-me com o programa, que expressa uma vontade do Governo de enfrentar um problema de que tanto se tem falado. Pode ser um primeiro passo para começarmos a mudar o paradigma de um país que tem 70% da suapopulação em 30% do seu território [litoral]. A mudança vai levar tempo e exige medidas mais evidentes, ao ponto de as pessoas e de as empresas não hesitarem em mudar-se para o interior. Percebo que é preciso garantir a sustentabilidade deste tipo de medidas,mas, se queremos assegurar o equilíbrioterritorial, temos de ir mais longe.