AUTÁRQUICAS 2021
Após o PSD nacional o ter rejeitado, Graça Oliva candidata-se à Câmara de Castanheira de Pera por movimento independente
Gestor quer que "concelho seja uma referência ambiental no País", no turismo e no combate ao despovoamento
O gestor de empresas Luís Graça Oliva é o cabeça-de-lista do movimento independente “Mudar Castanheira 21” à Câmara de Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
“Acabei por ser incentivado por pessoas de vários quadrantes políticos para avançar com uma candidatura face à constatação de que as propostas políticas que se apresentavam para as próximas eleições não se afiguravam diferentes ou com maiores capacidades do que as actuais”, afirmou hoje o candidato, explicando que “daí nasce o movimento independente ‘Mudar Castanheira 21’”.
Entre as prioridades da candidatura, Graça Oliva referiu a definição “de uma estratégia a médio e longo prazos que tem de passar pela sustentabilidade, por um concelho que seja uma referência ambiental do País”.
“Dadas as condições naturais que temos, devemos aproveitá-las e desenvolver o concelho nesse sentido”, defendeu, adiantando a importância de aproveitar, também, a história do município, na qual se destaca a Real Fábrica do Gelo, em Santo António da Neve.
Por outro lado, o candidato apontou a reorganização dos serviços municipais.
“Reorganizar a casa, mobilizar as pessoas, atribuir pelouros e autonomia, e responsabilizar pelos resultados”, continuou, para acrescentar o apoio às colectividades e associações.
“Se queremos que o concelho seja ligado à natureza temos de ter as aldeias vivas, que estão muito abandonadas face ao despovoamento”, sublinhou.
Considerando ser necessário combater a sazonalidade do turismo, Luís Graça Oliva reconheceu que “a Praia das Rocas é uma referência, mas tem apenas actividade dois meses e meio por ano”, e que o concelho tem de “ter turismo o ano inteiro”.
Neste âmbito, salientou que “o turismo da natureza é fundamental”.
“Temos de ter condições para as pessoas virem o ano inteiro e, assim, alimentar o alojamento, a restauração e toda a actividade económica do concelho”, declarou.
Sobre o actual mandato, o cabeça-de-lista afirmou que, “infelizmente, foi um mandato sem evolução”, salientando que “se fez muito pouco para as necessidades do concelho, como mostra a taxa de execução de 2020, que foi inferior a 40%”.
“A Câmara tem dinheiro no banco, mas não fez obra, porque não há projectos em carteira, não tem um gabinete de projectos, não tem um arquiteto”, exemplificou.
Luís Graça Oliva é filho do ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera Graça Oliva e antigo árbitro internacional de futebol (1937-2001), que em 1989 ganhou, por um voto, o município, então socialista, para o PSD.
Membro da Assembleia Municipal, independente eleito pelo PSD, o candidato é presidente do Conselho de Administração da Ribeirapera, Sociedade para o Desenvolvimento de Castanheira de Pera, que tem como sócio maioritário o município e gere o Parque Industrial do Safrujo.
“Houve zero apoio da câmara [no parque], houve falta de estratégia e visão”, disse, frisando que “as empresas têm de ter sítio e condições para trabalhar” e que “este foi mais um factor que levou” ao lançamento da candidatura independente.
O cabeça-de-lista frisou que “esta não é uma candidatura contra ninguém e que reúne um conjunto e castanheirenses de várias origens sociais e políticas, cujo único interesse é desenvolver o concelho”.
Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD, liderado por Alda Carvalho, conquistou o município ao PS, com os sociais-democratas a obterem três de cinco mandatos, cabendo aos socialistas os restantes dois.
Este ano, o nome de Luís Oliva foi aprovado, por unanimidade, na concelhia do PSD, como candidato à Câmara, numa votação que incluía a actual presidente do município.
Alda Carvalho foi o nome homologado pela Comissão Política Nacional do PSD, o que levou à demissão em bloco da concelhia de Castanheira de Pera.
Além de Alda Carvalho (PSD/CDS-PP) e Luís Graça Oliva (“Mudar Castanheira 21”), são também candidatos às eleições autárquicas marcadas para 26 de Setembro António Henriques (PS) e Rui Baltazar (CDU).