Economia
Aprovado Plano Especial de Revitalização da SPAL
“É com optimismo e com pés bem assentes na terra” que a empresa sediada na Nazaré prepara o futuro
Seis meses depois do início do processo, a Sociedade de Porcelanas de Alcobaça (SPAL) viu agora o seu plano especial de revitalização (PER) aprovado pelos credores e homologado pelo tribunal.
Um documento “prudente, mas ambicioso”, que permite à empresa sediada na Nazaré começar a preparar o futuro “com optimismo”.
Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a empresa considera a aprovação “um verdadeiro voto de confiança dos credores e trabalhadores no projecto da marca e nos accionistas”.
No documento, a empresa faz questão de realçar que à aprovação precedeu a venda da posição da accionista FACCE, tendo a Cup & Saucer ficado com a totalidade do capital.
Assim, “o Estado não teve de fazer qualquer perdão de dívida à SPAL”.
“Os únicos credores que ficaram sujeitos a perdão de dívida de capital foram outras empresas do grupo, e especialmente relacionadas com a SPAL”.
Assim, e porque os créditos subordinados "são objecto de perdão", como explica o administrador judicial, a empresa terá de liquidar uma dívida na ordem dos 16 milhões de euros, em vez dos 25,6 milhões inicialmente reconhecidos.
O plano agora aprovado, “prudente, mas ambicioso”, prevê o pagamento das dívidas em 150 prestações, “o que vai exigir dinâmica e agressividade no posicionamento da SPAL no futuro”.
“Apesar do momento adverso e repleto de incerteza, a SPAL tem prezado pelo cumprimento de todos os seus negócios em curso, podendo agora, de forma metódica, dar início a um novo ciclo, contando obviamente com a fidelidade dos seus clientes”, lê-se ainda no comunicado.
“É com optimismo e com pés bem assentes na terra que a SPAL prepara então o futuro, que tal como o percurso passado da empresa será repleto de paixão por esta indústria, tão importante e muitas vezes esquecida: a produção de porcelana”.
A SPAL recorreu ao PER em Setembro para fazer face à crise empresarial que atravessa, agravada com a queda abrupta e significativa da economia mundial, causada pela pandemia Covid-19, que veio “desvalorizar os negócios e rodear a empresa de grandes incertezas".