Economia
Associação alerta para “colapso iminente” do sector da cerâmica
Em causa está o aumento dos custos da energia, que no ano passado foi superior a 100%
A Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica (APICER) alertou esta sexta-feira para o “colapso iminente” do sector devido ao “aumento exponencial” dos custos da energia, que no ano passado foi de 300% na electricidade e de 400% no gás.
Numa nota enviada à Lusa, a APICER “adverte para o perigo real de colapso estrutural do sector, com muitas empresas actualmente paradas em virtude do custo da energia que, de Janeiro a Dezembro de 2021, subiu 300% na electricidade e 400% no gás”.
Este factor, acrescenta, “representa entre 30% a 40% dos custos de produção” das empresas deste sector, um dos mais relevantes na região de Leiria.
A isto soma-se o custo das licenças de emissão de carbono no mercado europeu, “cujo aumento também foi exponencial”, sublinha a Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica.
“As empresas do sector estão a ser fortemente penalizadas pelo aumento, sem precedentes, do preço dos combustíveis, designadamente do gás natural” explica o presidente da APICER, José Luís Sequeira, citado no comunicado.
“Se tivermos em conta que a indústria cerâmica é dos maiores consumidores de gás natural no contexto da indústria transformadora, podemos entender as enormes dificuldades com que actualmente as empresas se deparam e que terão inevitáveis consequências na sua actividade”, alerta o responsável.
A indústria cerâmica conta com um universo de 1.200 empresas e quase 1,85 mil milhões de euros de facturação, sendo responsável por 18.500 trabalhadores, “sendo um sector fortemente exportador com presença internacional em 160 mercados”.