Sociedade
Associação de conservas de peixe vai reflorestar em Leiria para compensar emissões de carbono
Pinheiro bravo, pinheiro manso, carvalho, sobreiro ou azinheira são as espécies que podem ser plantadas no concelho de Leiria
A Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe assinou hoje um protocolo com o Município de Leiria com vista à reflorestação de seis hectares de mata, como forma de compensar as emissões carbónicas produzidas pelo sector.
A indústria de conservas portuguesa “assume hoje o compromisso de ajudar a atingir a neutralidade carbónica nas próximas décadas, reduzindo 20% as emissões de carbono nos próximos cinco anos”, adiantou o presidente da ANICP, José Maria Freitas.
“As emissões que não conseguirmos reduzir serão compensadas com ações de reflorestação. Alinhados com a meta de Paris, de limitar o aquecimento global a um grau célsius, a indústria de conservas tem vindo a trabalhar com este objetivo”, acrescentou o industrial, ao salientar que têm sido realizadas várias iniciativas “para aumentar a economia circular”.
Segundo José Maria Freitas, o setor tem apostado “numa indústria mais moderna e mais competitiva, mais robotizada, mais inovadora, mais renovável e reciclável”, ao mesmo tempo que têm sido implementados “sistemas com mais eficiência energética, mais ecologia e redução do consumo de água e de luz”.
Quatro anos depois do incêndio no Pinhal do Rei, em outubro 2017, a associação pretende contribuir com a plantação de árvores autóctones para “fortalecer todo o ecossistema e biodiversidade fundamentais na absorção do dióxido de carbono, numa das melhores estratégias para combater alterações climáticas”.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, louvou o “compromisso ambiental que estão a assumir”, que é “um sinal claro de um posicionamento ético e responsável por parte da indústria que representam”.
“A defesa e protecção ambiental é uma causa que nos diz muito e na qual estamos muito empenhados, não apenas na recuperação da floresta, mas também na resolução definitiva do problema dos efluentes suinícolas e requalificação da bacia do Lis, que está entre as nossas prioridades programáticas para este mandato”, acrescentou Gonçalo Lopes.
O vereador do Ambiente, Luís Lopes, explicou ainda, à margem da assinatura do protocolo, que as plantações se vão iniciar ainda este ano. “Não vamos concentrar tudo na mata nacional, vamos fazer ações de florestação e reflorestação na mata dos Marrazes, nos terrenos do município e também na mata nacional. Naqueles talhões que já foram reflorestados há cerca de dois anos e uma grande percentagem de árvores morreram, vamos substituir as árvores que perdemos”, explicou.
Segundo Luís Lopes, os seis hectares não serão reflorestados todos de uma vez, porque a autarquia “já tem outras acções planeadas”, mas as plantações decorrerão até março.
“Para o próximo ano vamos identificar novas áreas para fazer o investimento que está previsto a três anos com a ANICP. O número de árvores vai depender daquilo que são as emissões de carbono que [indústria] têm. Para este ano, o cálculo aponta para 1500 árvores”, salientou, referindo que as espécies podem ser pinheiro bravo, pinheiro manso, carvalho, sobreiro ou azinheira.
A secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, considerou que este protocolo é “pleno de oportunidades”.
“Estas acções que contam com o envolvimento da comunidade são fundamentais no sentido de consciencializar todos os portugueses para defender uma causa dominante para o nosso futuro, que é a preservação do meio ambiente”, afirmou a governante.
Teresa Coelho salientou que este protocolo “ajudará a atingir a neutralidade carbónica nas próximas décadas”.