Sociedade

Associação de conservas de peixe vai reflorestar em Leiria para compensar emissões de carbono

18 nov 2021 20:41

Pinheiro bravo, pinheiro manso, carvalho, sobreiro ou azinheira são as espécies que podem ser plantadas no concelho de Leiria

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Protocolo foi assinado hoje entre o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe e o presidente do Município de Leiria
CML

A Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe assinou hoje um protocolo com o Município de Leiria com vista à reflorestação de seis hectares de mata, como forma de compensar as emissões carbónicas produzidas pelo sector.

A indústria de conservas portuguesa “assume hoje o compromisso de ajudar a atingir a neutralidade carbónica nas próximas décadas, reduzindo 20% as emissões de carbono nos próximos cinco anos”, adiantou o presidente da ANICP, José Maria Freitas.

“As emissões que não conseguirmos reduzir serão compensadas com ações de reflorestação. Alinhados com a meta de Paris, de limitar o aquecimento global a um grau célsius, a indústria de conservas tem vindo a trabalhar com este objetivo”, acrescentou o industrial, ao salientar que têm sido realizadas várias iniciativas “para aumentar a economia circular”.

Segundo José Maria Freitas, o setor tem apostado “numa indústria mais moderna e mais competitiva, mais robotizada, mais inovadora, mais renovável e reciclável”, ao mesmo tempo que têm sido implementados “sistemas com mais eficiência energética, mais ecologia e redução do consumo de água e de luz”.

Quatro anos depois do incêndio no Pinhal do Rei, em outubro 2017, a associação pretende contribuir com a plantação de árvores autóctones para “fortalecer todo o ecossistema e biodiversidade fundamentais na absorção do dióxido de carbono, numa das melhores estratégias para combater alterações climáticas”.

O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, louvou o “compromisso ambiental que estão a assumir”, que é “um sinal claro de um posicionamento ético e responsável por parte da indústria que representam”.

“A defesa e protecção ambiental é uma causa que nos diz muito e na qual estamos muito empenhados, não apenas na recuperação da floresta, mas também na resolução definitiva do problema dos efluentes suinícolas e requalificação da bacia do Lis, que está entre as nossas prioridades programáticas para este mandato”, acrescentou Gonçalo Lopes.

O vereador do Ambiente, Luís Lopes, explicou ainda, à margem da assinatura do protocolo, que as plantações se vão iniciar ainda este ano. “Não vamos concentrar tudo na mata nacional, vamos fazer ações de florestação e reflorestação na mata dos Marrazes, nos terrenos do município e também na mata nacional. Naqueles talhões que já foram reflorestados há cerca de dois anos e uma grande percentagem de árvores morreram, vamos substituir as árvores que perdemos”, explicou.

Segundo Luís Lopes, os seis hectares não serão reflorestados todos de uma vez, porque a autarquia “já tem outras acções planeadas”, mas as plantações decorrerão até março.

“Para o próximo ano vamos identificar novas áreas para fazer o investimento que está previsto a três anos com a ANICP. O número de árvores vai depender daquilo que são as emissões de carbono que [indústria] têm. Para este ano, o cálculo aponta para 1500 árvores”, salientou, referindo que as espécies podem ser pinheiro bravo, pinheiro manso, carvalho, sobreiro ou azinheira.

A secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, considerou que este protocolo é “pleno de oportunidades”.

“Estas acções que contam com o envolvimento da comunidade são fundamentais no sentido de consciencializar todos os portugueses para defender uma causa dominante para o nosso futuro, que é a preservação do meio ambiente”, afirmou a governante.

Teresa Coelho salientou que este protocolo “ajudará a atingir a neutralidade carbónica nas próximas décadas”.