Sociedade
Auditório será requalificado e terá uso polivalente
Câmara da Marinha Grande apresenta projecto para espaço cultural da Praia da Vieira
O Município da Marinha Grande apresentou publicamente o projecto de requalificação do Auditório António Campos, localizado na Praia da Vieira, espaço que deverá ter uma utilização polivalente, acolhendo desde projecções de filmes, a espectáculos de teatro e música.
A apresentação do projecto decorreu sábado, numa sessão comemorativa do centenário do nascimento daquele cineasta, evento que teve lugar no Cine-Teatro Actor Álvaro, em Vieira de Leiria. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, referiu que “aquele espaço municipal encontra-se a carecer de beneficiação, para voltar a acolher programação cultural e outros eventos, que continuem a perpetuar a memória colectiva da sua população.”
“Estou consciente da importância do auditório para a freguesia, tanto mais que o seu nome está associado àquele que é considerado o pai do cinema etnográfico português. De facto, é de etnografia, património e identidade cultural da Praia da Vieira que falamos, quando recordamos o passado deste equipamento e, sobretudo, quando projectamos a sua utilização futura”, considerou ainda.
A proposta de requalificação pretende que este auditório “tenha uma utilização polivalente, de modo a ser possível a dinamização de diferentes utilizações e necessidades logísticas e técnicas, que poderão ser palestras, projecção de cinema, apresentação de espectáculos de teatro ou música, exposições e outros eventos”, informa autarquia.
A iniciativa, que teve lotação esgotada, integrou também a exibição dos filmes O Tesoiro, A Festa e Gente da Praia da Vieira, realizados por António Campos, na Praia da Vieira, e foi promovida pela Câmara Municipal da Marinha Grande, Junta de Freguesia de Vieira de Leiria e Cinemateca Portuguesa, no âmbito do seu projecto FILMar - Digitalização do Património Cinematográfico.
António Pereira Campos nasceu em Leiria, a 29 de Maio de 1922, e morreu na Figueira da Foz, a 8 de Março de 1999. Foi um dos primeiros cineastas em Portugal a dedicar-se à prática do filme documentário na perspectiva da antropologia visual. O auditório que recebeu o seu nome, em Vieira de Leiria, foi um dos locais afectados pela passagem da tempestade Leslie, em 2018.