Sociedade
Aumentam as queixas. Moradores e donos de bares pedem mais polícia nas ruas
Projecto de novos horários proposto pela Câmara de Leiria vai a consulta pública.
Está previsto entrar em discussão pública, em data a definir, o projecto da Câmara de Leiria que põe os bares a fechar mais cedo em quatro zonas da cidade: uma da manhã nos dias úteis e duas da manhã nos fins-de-semana e vésperas de feriado.
A ser aplicado, o regulamento significa o fim da liberalização em vigor desde 2015, que permitiu aos estabelecimentos de bebidas prolongarem a actividade até às três, quatro ou mesmo seis da manhã, em concorrência com as discotecas.
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Agora, enquanto os moradores reclamam o direito ao descanso, os empresários da noite garantem que a proposta do Município inviabiliza o negócio. Mas estão de acordo num ponto: com estes ou com outros horários, falta mais policiamento nas ruas para impedir excessos e controlar o ruído.
É sobretudo no centro histórico que o conflito de interesses se faz sentir. Sandrina Querido, que mora na Rua Eça de Queiroz, perto da Rua Direita, diz que "a partir de determinada hora devia haver polícia a mandar as pessoas embora". E explica porquê: "Juntam-se no Centro Cívico e ali vomitam, urinam e cantam. E a gente não dorme".
Carlos Dinis, proprietário do Praça Caffè, e também morador no centro histórico, reconhece que "há pessoas a fazer barulho" pela noite dentro, mas realça que "não estão nos bares", estão na rua. Logo, "seria necessário mais policiamento". Actualmente, aponta, "mais facilmente se encontram polícias a passarem multas do que no sábado à noite a patrulhar".
Queixas disparam em 2018. Segundo informação do Comando Distrital de Leiria da PSP, o número de queixas relacionadas com a actividade dos bares e com o ruído na área de influência das esquadras de Marrazes e Leiria evoluiu de 53 em 2014 para 45 em 2015, 40 em 2016, 25 em 2017 e 64 em 2018 (até 25 de Outubro). Há uma tendência de descida que se inverte em 2018. Sobre a necessidade de mais policiamento nas ruas quando os clientes abandonam os bares, a PSP conclui "nada a referir".
Já o executivo que lidera a Câmara de Leiria alega que "a liberalização dos horários de funcionamento tem conduzido à intensificação de situações de incomodidade, especialmente provocadas pela aglomeração dos consumidores no exterior dos estabelecimentos" – é este o argumento que justifica a aprovação, a 16 de Outubro, em reunião de vereadores, do projecto de regulamento dos horários de funcionamento dos estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços no concelho.
De acordo com a vereadora Ana Esperança, desde 2015 realizaram- -se 19 avaliações acústicas em bares e cafés, das quais 12 não cumpriam o Regulamento Geral do Ruído. Quanto ao histórico de coimas e ordens de encerramento, a autarca não respondeu até ontem à hora de fecho desta ediç&
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