Sociedade

Autarca de Caldas da Rainha critica decisão de construir novo hospital do Oeste no Bombarral

28 jun 2023 14:36

Ministro da Saúde tinha-se comprometido ouvir Caldas da Rainha e Óbidos, mas deu o dito por não dito, e avançou com a solução já anteriormente anunciada

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Vítor Marques descontente com anúncio de hoje
Ricardo Graça

Apesar de ter comprometido, verbalmente e por escrito, ouvir as posições de Caldas da Rainha e Óbidos quanto à localização do novo Hospital do Oeste, numa reunião que aconteceu, na terça-feira, na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), nas Caldas da Rainha, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, deu o dito por não dito e, sem escutar as vozes dissonantes, anunciou a Quinta do Falcão, no Bombarral, como "a melhor localização" para a nova unidade hospitalar.

O governante salientou a posição “no centro geográfico da região, com uma belíssima acessibilidade rodoviária, a dois minutos da autoestrada 8 e a menos de quatro minutos de uma estação de caminho-de-ferro”.

Além disso, um hospital no Bombarral irá, naturalmente, servir a coroa urbana norte de Lisboa, em vez de apoiar Alcobaça, Leiria e Rio Maior, como desejavam os autarcas de Caldas da Rainha e Óbidos, que defendiam a localização nas Caldas.

As críticas não se fizeram esperar e o presidente da Câmara de Caldas da Rainha, o independente Vítor Marques, emitiu um comunicado onde diz que "não obstante a necessidade de uma análise aprofundada que o referido relatório deva merecer, manifestamos desde já o nosso espanto e rejeição pelo facto de a reunião destinada à análise da Saúde no Oeste se ter transformado, afinal, na entrega do Relatório do Grupo de Trabalho e na efectiva comunicação da decisão sobre a localização do novo Hospital do Oeste (Bombarral E)."

Também a JSD de Caldas da Rainha emitiu um comunicado classificando a actuação de Manuel Pizarro uma "afronta" à cidade.

"O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou, em pleno coração das Caldas da Rainha, que o novo hospital será construído no Bombarral. Esta decisão reflecte claramente a influência política do Partido Socialista, colocando os interesses partidários acima das necessidades da nossa população."

Os social-democratas criticam ainda o presidente da Câmara, que "não conseguiu exercer uma influência política efectiva para garantir que o hospital fosse construído na nossa querida cidade. Esta falta de poder político teve consequências prejudiciais para as Caldas da Rainha."