Desporto

Bodyboard: António Cardoso entre os 12 melhores do Mundo

12 nov 2015 00:00

Atleta da Nazaré conseguiu o melhor resultado de sempre de um português no circuito mundial

Foto: Hélio António
Foto: CMN/VEstrelinha
Foto: CMN/VEstrelinha
Foto: CMN/VEstrelinha

Nasceu na Nazaré há 23 anos e, como não podia deixar de ser, o mar moldou-lhe os dias. Na Praia do Norte, que ganhou projecção mundial através das vagas gigantes surfadas por Garrett McNamara, o rei sempre foi o bodyboard e António Cardoso não conseguiu evitar o chamamento das ondas.

Foi bicampeão europeu júnior e depois de concluir a licenciatura em Desporto resolveu apostar numa carreira profissional. E logo no primeiro ano em que fez o circuito mundial obteve a melhor classificação jamais alcançada por um português. Finalizadas as seis etapas, ele é o 12.º melhor bodyboarder do planeta.

“O meu objectivo sempre foi um dia entrar no top 16. Era um sonho de miúdo, queria estar ao lado dos melhores do mundo. Nos anos anteriores competia no Mundial mas apenas em uma ou duas etapas por ano, mas nunca passei dos oitavos-de-final. Este ano apostei em fazer o circuito todo e acho que me saí bem”, disse António Cardoso. 

Em Itacoatiara, no Brasil, primeira prova do ano, começou logo por surpreender os adversários.Chegou à final, obtendo a quarta posição. Ficou “nas nuvens”. Nas duas provas do Chile, em Arica e Antofagasta, foi 17.º e 9.º, respectivamente.

Depois, chegou a fase mais difícil de uma temporada que apenas outros dois portugueses fizeram na íntegra: Miguel Adão e Gonçalo Pinheiro.

A jogar em casa, as etapas portuguesas eram promessa de bons resultados. No entanto, o mar não ajudou. Em Sintra foi 33.º, resultado repetido na 'sua' Nazaré. O canhão não disparou as potentes ondas com que António Cardoso sonhava e, num mar pequeno, o resultado deixou muito a desejar.

Cumpridas cinco etapas, o nazareno ocupava o 14.º lugar e precisava de 'deitar fora' um 33.º lugar, porque na pontuação final apenas contam os quatro melhores resultados. Partiu, pois, para Porto Rico, cheio de vontade de lutar com os melhores dos melhores. “Venci três baterias, cheguei aos quartos-de-final e guardei mais um 9.º lugar. Assim, garanti uma posição confortável no ranking.”

António Cardoso já fez história, mas quer continuar a escrever páginas em tons de mar. Para o próximo ano tem como objectivo vencer uma etapa do circuito, resultado que só Manuel Centeno conseguiu trazer para Portugal.

“É um objectivo. Se cheguei a uma final também posso ganhar”, sublinha Tó, uma figura tão mediática no mundo das ondas que até é personagem de um jogo para smartphonee.