Sociedade
Bombeiros de Porto de Mós pedem ajuda para recuperar viatura histórica
Viatura, de marca Bedford, foi a primeira adquirida pela corporação. Saiu de serviço há cerca de 50 anos, pouco depois de combater no grande incêndio que destruiu o Hotel Central, em Leiria
Os Bombeiros de Porto de Mós lançaram uma campanha para angariar verbas destinadas à recuperação do primeiro carro de combate que a corporação comprou e que está parado há 50 anos. O objectivo é que a viatura histórica possa ser restaurada a tempo de desfilar nas comemorações do 75.º aniversário da instituição, que se celebra em Maio do próximo ano.
“Faz parte do património da associação e tem valor simbólico. Foi o primeiro carro que se comprou, em 1952 [dois anos depois da criação do corpo de bombeiros]. O único que tínhamos foi cedido pelo Regimento de Sapadores de Lisboa”, recorda José Ferreira, presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós e um dos mentores da iniciativa.
A primeira parte do trabalho está feita com a desmontagem da viatura “peça a peça” e respectivo desenho, uma tarefa a cargo de alguns elementos dos órgãos sociais. “Demorou dois meses, com uma média de dois serões por semana. Para retirar a bomba, foram necessários seis homens”, conta o dirigente, explicando que a cada peça foi atribuído um valor monetário, que varia entre os dez e os 500 euros.
As pessoas podem, assim, escolher a peça que querem financiar, contribuindo para o restauro da viatura, de marca Bedford, que combateu o fogo que, em 1974, destruiu o Hotel Central, em Leiria (edifício onde está hoje o banco Montepio). Foi, aliás, “o último grande incêndio” em que esteve ao serviç. Pouco tempo depois ficou fora de serviço e, durante anos, esteve guardado nas instalações da empresa João Cerejo dos Santos.
“Faz parte da nossa história”, salienta José Ferreira, que considera que a restauro da viatuta é também uma forma de relembrar “o esforço” da primeira direcção da corporação para comprar o veículo, que, durante vários anos, foi a única a servir o concelho de Porto de Mós e o município vizinho da Batalha.