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Bruno Carnide. Novo filme feito com inteligência artificial estreou na Monstra
A curta metragem do realizador de Leiria baseia-se em mais de 2 mil planos gerados por computador
A Rapariga Que Caminhava Sobre a Neve é uma curta-metragem de aproximadamente quatro minutos realizada com recurso a 34 planos de animação 2D obtidos por ferramentas de inteligência artificial e, segundo a equipa que a produziu, “cuidadosamente escolhidos entre mais de 2 mil planos gerados através de indicações específicas para ilustrar a narrativa”.
O novo filme de Bruno Carnide estreou ontem, 15 de Março, no Cinema São Jorge, durante a 23ª edição do festival de cinema de animação Monstra, em Lisboa.
Segundo o realizador de Leiria, citado numa nota de divulgação, pretende ser “um manifesto e uma colaboração única e harmoniosa (...) entre a criatividade humana e o potencial inovador da inteligência artificial (IA)”.
“Por de trás das cortinas digitais, durante vários meses de trabalho, artistas humanos desempenharam um papel crucial na realização, edição, composição, cor e efeitos visuais das imagens geradas, assim como em todos os aspectos que tornam esta narrativa única, como o argumento, a banda sonora; e cada elemento, desde a narração, o som até ao design gráfico, foi meticulosamente trabalhado e criado por humanos”, pode ler-se no mesmo comunicado.
“Acreditamos convictamente que a IA não é uma ameaça à autenticidade artística, mas sim uma ferramenta que amplia as capacidades criativas”, conclui Bruno Carnide, que anteriormente já tinha trabalhado com o auxílio da IA. “Esperamos que esta obra seja uma fonte de inspiração”.
O argumento de A Rapariga Que Caminhava Sobre a Neve é de Ana Fernandes, a narração está a cargo de Cátia Biscaia e a banda sonora é assinada por Miguel Samarão.
“Num lugar distante, a mais triste das meninas carrega consigo uma escuridão temida por todos. Receando que a sua melancolia contamine tudo ao seu redor, ela só ousa sair à rua quando neva, confiante de que o manto branco da pureza camuflará a sua tristeza”, pode ler-se na sinopse.