Sociedade
Cães vadios são “perigo público” na Marinha Grande, alerta munícipe
Vereadores propõem protocolo entre Câmara e APAMG
Quando regressou de férias, Mário Rui Matos deparou-se com a presença de cães vadios, que entretanto se fixaram na sua propriedade. Apesar de serem “dóceis”, estes animais, que não lhe pertencem, podem tornar-se “perigo público” ao saltar a vedação e atravessar a estrada, muito movimentada, causando acidentes, alertou Mário Rui Matos, na última reunião de Câmara da Marinha Grande.
O munícipe pediu ao executivo que tome medidas para o problema “que precisa de solução rápida”, depois de já ter contactado os serviços da câmara, sem que nenhuma medida fosse tomada. “Responderam que não têm espaço no canil”, contou.
O objectivo é recolher estes animais sem os abater, frisou Mário Rui Matos, que se disse amigo de gatos e cães, tendo até acolhido alguns durante décadas.
O vereador João Brito declarou estar a par da situação dos cães na propriedade de Mário Rui Matos, tendo já estabelecido contacto com o Centro de Recolha Oficial (CRO) da Marinha Grande. “Nós não temos falta de tempo, temos é falta de espaço”, justificou o autarca, afirmando que, dentro das possibilidades “limitadas” do CRO, o município agirá com celeridade.
Aurélio Ferreira, presidente da autarquia, salientou que, se os cães se fixaram na propriedade de Mário Rui Matos deveu-se também ao facto deste os alimentar. Mas se existe CRO no concelho, há que recolher e acolher os animais.
Após os incêndios no Pinhal do Rei, os cães vadios na mata foram um problema, mas também nessa altura foram recolhidos e alguns deles adoptados, recordou.
Orlando Jóia, vereador, afirmou que o problema dos cães vadios na mata ainda se mantém, tendo sido ele mesmo recentemente seguido por dois, enquanto praticava desporto. Acrescentou ainda que têm sido vistos cães vadios na zona do cemitério, na localidade de Casal Galego.
No caso de Mário Rui Matos, recomendou a vereadora Alexandra Dengucho, o melhor será registar os contactos dirigidos pelo munícipe às instituições, para que, em caso de acidente, fique claro que alertou atempadamente as instituições para a situação dos animais, que não lhe pertencem.
Face à dificuldade da Câmara Municipal da Marinha Grande, de actuar nesta matéria, António Fragoso, vereador, recomendou que a autarquia estabeleça um protocolo com a Associação Protectora dos Animais da Marinha Grande (APAMG), que poderá até ser uma mais-valia na recolha de animais em horas tardias ou aos fim-de-semana. Seria também uma forma de apoiar esta associação, defendem os vereadores António Fragoso e Ana Laura Baridó.