Saúde
Câmara de Caldas da Rainha diz que nova localização do hospital do Oeste é um “grave atentado”
Autarca reuniu com ministro da Saúde e voltou a insistir na localização entre Caldas da Rainha e Óbidos
O presidente da Câmara de Caldas da Rainha vai continuar luta pelo hospital do Oeste. “Estamos perante um grave atentado contra os direitos à saúde dos habitantes desta região e uma gestão ruinosa dos recursos”, afirma Vítor Marques.
O autarca reuniu com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para debater e contestar as conclusões apresentadas no relatório do grupo de trabalho, liderado pela ex-ministra da Saúde do PS, Ana Jorge, sobre a localização do novo Hospital do Oeste, adianta uma nota de imprensa da câmara.
Vítor Marques garantiu “a continuidade de todas acções de luta que julgar necessárias para ser tomada uma decisão fundamentada”.
Na reunião com o ministro da Saúde, Vítor Marques debateu com Manuel Pizarro o relatório elaborado pelo grupo de trabalho para avaliar a localização do novo hospital, apontada para o Bombarral.
Segundo o comunicado, o presidente defendeu que “a decisão apresenta fundamentos insuficientes por não assentar numa abordagem multicritério e por ignorar os documentos de planeamento territorial, nomeadamente o Plano Nacional de Ordenamento do Território (PNOT) e os Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT)”.
Além disso, “apesar de o relatório da Dra. Ana Jorge alterar a área de influência que é apontada pelo estudo da Universidade Nova, retirando vários concelhos da área de influência do Hospital do Oeste (Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos e Alenquer) e do próprio ministro da Saúde retirar da equação o concelho de Mafra, conforme vinha sendo reclamado pelo município de Caldas, certo é que tal não alterou a perceção da centralidade territorial, que, neste contexto se situa em Caldas da Rainha”.
Vítor Marques disse ainda ao ministro da Saúde, que “os sucessivos adiamentos da tutela para a resolução das insuficiências da Unidade Hospitalar de Caldas da Rainha, deixou o território do Oeste Norte com a pior oferta de cuidados de saúde do país, a que se soma a perspetiva de localização do novo centro hospitalar no Bombarral, o que constitui um grave atentado contra os direitos à saúde dos habitantes desta região e uma gestão ruinosa dos recursos”.
Manuel Pizarro, lê-se na nota, admitiu as “manifestas carências apontadas pelo presidente da Câmara e a urgência em encontrar soluções estruturais no que respeita aos equipamentos, serviços e especialidades médicas, bem como na criação de medidas atrativas para a captação de recursos humanos”.
O presidente da Câmara de Caldas da Rainha manifestou “total disponibilidade para encontrar soluções conjuntas” no que diz respeito aos cuidados de saúde da região Oeste, “de forma a mitigar as necessidades mais imediatas das populações”.
Vítor Marques defendeu a construção do novo hospital entre Caldas da Rainha e Óbidos “para conferir à região cuidados hospitalares mais eficientes e de qualidade, assentes numa análise ampla e integrada do real cenário das condições de saúde que o território apresenta”.
Perante a posição do Município das Caldas da Rainha de manifesta divergência quanto à localização anunciada para o Bombarral, o “ministro da Saúde avançou em reunião a intenção de aprofundar as questões levantadas pelo presidente da Câmara, remetendo as mesmas para posterior esclarecimento, em particular o alargamento dos critérios a considerar, essencial para uma visão mais ampla do real contexto de decisão, os instrumentos de ordenamento do território, regulamentados pelo próprio Estado, assim como algumas condicionantes apresentadas pelas características do terreno da Quinta do Falcão, Bombarral, e a área de influência do novo equipamento”.
Na conclusão da reunião, Vítor Marques reafirmou a posição que tem defendido publicamente e “a continuidade de todas ações de luta que julgar necessárias para ser tomada uma decisão fundamentada e que obedeça aos critérios previstos para a construção de grandes equipamentos públicos em contexto regional, de acordo com as directrizes previstas pelo próprio Estado, o que considera não se verificar de forma alguma no relatório apresentado pelo Ministério da Saúde”.