Economia
Coaching melhora desempenho das empresas
Mais do que uma moda, o coaching constitui-se como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional. Nas empresas onde é aplicado, evidenciam-se impactos positivos no aumento de produtividade
Docente convidada no ensino superior e fundadora da aps Consultores, de Leiria, Ana Paula Santos é licenciada em Psicologia, tem pós-graduação em Psicologia Positiva e pós-graduação em Neuroliderança, contando ainda com certifcação internacional em Coaching, Coaching de Equipas, além de certificação em Programação Neurolinguística. De acordo a especialista, “o coaching é um processo de auto-conhecimento e, consequentemente, desenvolvimento pessoal, onde o coach actua como um facilitador através de perguntas poderosas. Ajuda o cliente a identificar os recursos que lhe permitam alcançar os seus objectivos e a viver uma vida mais plena e significativa”.
Mas será o coaching uma moda ou já faz efectivamente parte da atitude e gestão dos empresários? Para Ana Paula Santos, “a resposta não é assim tão simples. O coaching ganhou grande visibilidade através dos media, com diversas celebridades e líderes empresariais a falar sobre os seus benefiícios; ao mesmo tempo, foi criada uma visão negativa do coaching, pela divulgação das abordagens menos éticas que acontecem no mercado, com reconhecido dano para aqueles que têm a ‘infelicidade’ de se cruzar com esses ‘profissionais’”. “Não tanto quanto seria desejável, o coaching já faz parte da estratégia de gestão e de liderança de alguns empresários e gestores com resultados comprovados, nomeadamente, desenvolvimento de competências de liderança, aumento da produtividade, mais competências para lidar com as mudanças e superar desafios, redução do stress e um melhor ambiente de trabalho”, prossegue a especialista.
Em síntese, sublinha Ana Paula Santos, “o coaching, mais do que uma moda, constitui-se como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional. Ao ser utilizado de forma ética e estratégica, ele gera resultados extraordinários para os líderes, para as equipas e, consequentemente, para as empresas”. A aps Consultores tem vindo a ajudar os empresários a conhecer e a aplicar este conceito “através da formação, trazendo para Leiria a Certificação Internacional pela ICC – International Coaching Community, e desenvolvendo processos de coaching junto dos seus clientes, sendo que todos os coachs da aps obedecem ao Código Deontológico da ICC”.
E são muitos os benefiícios para as empresas que aplicam a cultura do coaching, frisa a especialista. “Maior flexibilidade: as empresas que utilizam o coaching tendem a ser mais flexíveis, ágeis e capazes de se adaptar às mudanças dos mercados; melhoria do clima organizacional: o coaching contribui para um ambiente de trabalho mais positivo e comprometido, o que impacta directamente na satisfação dos colaboradores e na produtividade da empresa; alinhamento estratégico: o coaching ajuda a alinhar os objectivos individuais dos colaboradores com os objectivos estratégicos da empresa; melhoria no desempenho: a cultura de coaching leva a um aumento da produtividade, da qualidade dos produtos e serviços e da consequente satisfação dos clientes”.
E especificamente para os líderes, Ana Paula Santos também destaca vários benefícios: “mais auto-conhecimento, o que permite ao líder identificar os seus pontos fortes, as suas oportunidades de melhoria e o que o pode estar a impedir de progredir/atingir os seus objectivos; domínio de ferramentas e técnicas que permitem aos líderes definir objectivos claros e mensuráveis, tanto para si quanto para as equipas, bem como tomar decisões mais estratégicas e alinhadas com os objectivos da empresa; aumento da resiliência para lidar com os desafios e as mudanças que ocorrem no dia a dia das empresas; aumento da criatividade e da inovação, procurando soluções alternativas e incentivando os colaboradores a pensar em soluções fora da caixa para os desafios da empresa”.
Nos casos onde interveio, os principais resultados “foram a redução do absentismo, do turnover e de situações de conflito. Verificou-se, por outro lado, o aumento da produtividade e a melhoria no ambiente de trabalho, com equipas mais comprometidas e alinhadas com a estratégia e os objectivos das empresas”.
Instituto Socem: uma iniciativa inovadora na transformação comportamental
O Grupo Socem, fundado em 1986 e especializado na produção de moldes, é hoje um reconhecido grupo empresarial pela sua abordagem inovadora e pelo foco nas pessoas. Liderado por Luís Febra, o grupo é constituído por 12 empresas, que empregam mais de 600 colaboradores, consolidando uma presença global como líder mundial em soluções de engenharia de moldes.
Inspirado por essa visão de contribuir para o desenvolvimento humano e sustentado num estilo de liderança centrada nas pessoas, Luís Febra lançou há dois anos, em parceria com o formador João Vaz, o Instituto Socem. Trata-de de um projecto inovador na área dos moldes e que desenvolve retiros de liderança, treinos de Inteligência Emocional e programas de Formação à Medida, incluindo Cursos Intensivos de Neuro-negociação bem como acções de Teambuiling, Workshops e Palestras Motivacionais, estando neste momento a iniciar um Mini-MBA interno para capacitar os “líderes do futuro” do grupo Socem, tudo baseado em Neurociência e filosofia empresarial japonesa.
Luís Febra destaca a importância da inteligência emocional no ambiente empresarial, pois frequentemente as pessoas são contratadas pelas suas qualificações técnicas, mas que depois são maioritariamente dispensadas pelos seus comportamentos.
Resultados e impacto na comunidade
“Nos seus dois primeiros anos de funcionamento, mais de 500 já pessoas participaram nos seus programas e workshops de Inteligência Emocional, com melhorias incríveis tanto na vida pessoal como profissional dos participantes”, refere João Vaz. O formador fala, por isso, na satisfação pessoal que tem sido para os fundadores, ver o “impacto positivo em muitos dos participantes” em especial “no programa de transformação comportamental com filosofia japonesa Hái!, onde inclusivamente acaba de ser criado um movimento independente de entre os participantes para promoverem acções de solidariedade social”. “O Instituto Socem procura, assim, ajudar os participantes a desenvolverem uma maior autoconsciência e a descobrirem e superarem os seus bloqueios emocionais para conquistarem uma vida pessoal e profissional muito mais plena e feliz”, sublinha João Vaz.