Sociedade
Coimbra e Leiria querem nova maternidade e revisão do sistema de portagens
As duas comunidades querem “um quadro de política pública e financiamento adequado” para as cidades e vilas de média dimensão, referindo ainda a “desconcentração de serviços públicos da administração central”
Uma nova maternidade em Coimbra e a revisão do sistema de portagens nas autoestradas 13, 17 e 19 estão entre as reivindicações das comunidades intermunicipais (CIM) das regiões de Leiria e Coimbra, que hoje se reuniram em cimeira, em Ansião.
No documento final, entregue aos jornalistas, constam oito temas, da saúde ao conhecimento, dos transportes e mobilidade à coesão territorial e economia social, da competitividade e inovação às florestas, mas também o ambiente, cultura e turismo e política de cidades, por onde se distribuem 50 áreas de actuação.
Na saúde, é apontada uma nova maternidade em Coimbra ou a requalificação/ampliação do Centro Hospitalar de Leiria, passando ainda por outras unidades de saúde, como o Hospital dos Covões e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, além do “reforço da rede de cuidados de saúde primários e de cuidados continuados”.
No âmbito do conhecimento, consta, entre outros aspectos, o reforço da rede regional de residências para estudantes do ensino superior e na área dos transportes, além da modernização e eletrificação do troço Caldas da Rainha-Leiria-Louriçal-Coimbra da Linha ferroviária do Oeste, a requalificação do Itinerário Principal 3 e a “criação de um instrumento que permita a realização de intervenções em vias com estrangulamentos, insegurança rodoviária” ou vias degradadas.
Uma política de acção integrada de mitigação da erosão costeira e planos integrados intermunicipais de tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos, com custos sustentáveis para os cidadãos, são propostas no tema ambiente, cultura e turismo.
Quanto à coesão territorial e economia social, as duas comunidades intermunicipais pretendem, além da revisão do sistema de portagens nas autoestradas 13, 17 e 19, “vencer o desafio da demografia”, com “programas de atração de novos residentes e migrantes”, e uma aposta na habitação a preços acessíveis e nas rendas controladas.
Na política de cidades, outro dos temas, as duas comunidades querem “um quadro de política pública e financiamento adequado” para as cidades e vilas de média dimensão, referindo ainda a “desconcentração de serviços públicos da administração central”.
As duas comunidades intermunicipais reclamam, no âmbito da competitividade e inovação, a requalificação e ampliação do porto comercial da Figueira da Foz, mais investimento para áreas de acolhimento empresarial, a aposta no trabalho em rede das infra-estruturas de incubação, aceleração e parques tecnológicos, além de um programa de redução fiscal dos custos de energia e de estabilização de preços dos contratos de fornecimento de eletricidade.
Nas florestas, as Regiões de Leiria e de Coimbra elencam, por exemplo, a revitalização das matas nacionais e outras paisagens protegidas, o aumento da capacitação para a gestão de riscos e um programa de aumento de resiliência do setor florestal com uma simultânea aposta na multifuncionalidade da floresta, aumentando, desta forma, a capacidade de resposta às alterações climáticas.
Nova cimeira dos 29 municípios que integram as comunidades intermunicipais das regiões de Leiria e Coimbra ficou hoje agendada para fevereiro, num concelho da Comunidade Intermunicipal de Coimbra.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra inclui os municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares.
Fazem parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.