Sociedade
Condições “vergonhosas” do canil de Ourém alvo de denúncia
Câmara reconhece que as condições "não serão as ideias", mas considera "são hoje bem mais aceitáveis do que as existentes anteriormente”.
“Chocantes, indignas e cruéis” e “vergonhosas” são algumas das expressões usadas por um membro da Associação Protectora dos Animais de Torres Novas (APATN) para descrever as condições do canil municipal de Ourém. A denúncia, que começou por ser feita nas redes sociais, foi reencaminhada para várias entidades, nomeadamente para os nove grupos com assento parlamentar na Assembleia da República, GNR, PSP e Câmara, segundo revelou a associação. A polémica surge num momento em que o Município tem já aprovado o projecto para um novo canil.
A denúncia é acompanhada de imagens que mostram cães aninhados num espaço apertado, de cimento, “sem nada nas paredes laterais para os proteger do frio e do vento”, e coberto com chapas de zinco. “Chamar canil a um galinheiro com chapa de zinco em cima é um eufemismo muito gentil”, escreve Ricardo Rodrigues, autor da denúncia partilhada nas redes sociais.
Em comunicado a APATN fala também de uma situação “vergonhosa” e apela à população de Ourém para que “exerça a sua cidadania em defesa dos animais indefesos, que são aprisionados de forma vergonhosa neste canil” e em condições “lamentáveis”.
Reconhecendo que “não serão as ideais”, a Câmara considera que “as condições verificadas são hoje bem mais aceitáveis do que as existentes anteriormente”.
Em comunicado, a Autarquia adianta que o canil acolhe actualmente 12 cães e está dividido por oito boxes, “com 2,21 metros cada, ao abrigo do Decreto Lei 276/2001”. Em relação ao futuro centro de recolha oficial de animais, orçado em 455 mil euros, o Município informa que o início da obra “continua dependente da entrada em vigor do novo Plano Director Municipal”, mas a expectativa é que comece “ainda este ano.