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Contos Imperfeitos, um “guia alternativo” para visitar o Mosteiro da Batalha
Livro de contos inspirados no mosteiro foi apresentado esta tarde no auditório do monumento
Vinte autores, outros tantos olhares sobre o Mosteiro da Batalha, plasmados em Contos Imperfeitos, apresentado esta tarde no auditório do monumento. “Gostaríamos que este livro pudesse ser uma espécie de guia alternativo para uma visita ao mosteiro”, disse na altura Paulo Kellerman, um dos coordenadores editoriais e autor de uma das estórias.
O escritor admitiu que este foi um dos projectos em que mais gostou de participar, frisando que só foi possível concretizá-lo devido ao “empenho e dedicação” do director do mosteiro, Joaquim Ruivo. Explicou que foram convidados 22 escritores para o projecto, na expectativa de que o livro reunisse 12 contos, mas rapidamente se chegou aos 20.
“O nosso entusiasmo foi contagiante. Nenhum dos 20 autores participou por participar. Todos se apaixonaram pelo projecto”, referiu Paulo Kellerman, frisando que integram a obra “alguns dos autores mais consagrados do País”. O livro de contos inspirados no Mosteiro da Batalha “é um objecto literário”, cujo relevância vai para além do monumento, entende. Contudo, “depois de ler Afonso Cruz é impossível olhar para as capelas imperfeitas da mesma forma”.
João Paulo Silva, também autor de um conto e coordenador editorial, frisou o trabalho dos escritores que deram corpo ao livro. Joaquim Ruivo agradeceu aos escritores e frisou que este é o tipo de projecto que se “enquadra perfeitamente” na gestão do Mosteiro da Batalha. “Os monumentos não podem ser pedras mortas, têm de ter vida”.
Para João Nazário, representante da Arquivo, editora do livro, os escritores que lhe dão corpo, e que são “valores seguros da literatura portuguesa, honram tudo o que o mosteiro representa”. “O mosteiro teve o privilégio de ter escritores de grande qualidade a escrever sobre ele, e os escritores tiveram o privilégio de ter o mosteiro como mote”.
“Não é fácil gerir um monumento como este”, disse Samuel Rego, sub-director da Direcção-Geral do Património Cultural, destacando o trabalho “extremamente meritório” do actual director e a disponibilidade do presidente da câmara para a dinamização do mosteiro.
Paulo Batista dos Santos referiu-se ao livro como um projecto “inovador, de muita qualidade”, que trouxe para a literatura algo que nunca tinha sido feito. “É importante que o património possa ser vivido, sentido e escrito”, disse o autarca.
A sessão contou com a interpretação do conto de Paulo Assim pelo actor Tobias Monteiro, natural da Batalha, que foi responsável pelo projecto A abóbada não caiu! A abóbada não cairá!, que se traduziu em vários espectáculos no mosteiro em 2014.
Afonso Cruz, Ana Cristina Silva, Andreia Monteiro, António Manuel Venda, Cláudia Clemente, Cristina Carvalho, Elsa Margarida Rodrigues, Fausta Cardoso Pereira, Fernando José Rodrigues, Inês Botelho, Inês Fonseca Santos, João Eduardo Ferreira, João Paulo Silva, Luís Mourão, Paulo Assim, Paulo Kellerman, Paulo Moreiras, Raquel Ochoa, Sara Monteiro e Sílvia Alves são os autores dos contos.