Sociedade
Creche para todos em Leiria não quer deixar nenhuma criança de fora
Programa destina-se a famílias carenciadas sem lugar na rede pública
O projecto Creche para Todos, aprovado na última reunião de executivo, vai permitir que nenhuma criança fique fora da rede por questões financeiras, tendo em conta que os lugares nas instituições públicas são reduzidos.
"Há uma longa lista de espera na rede solidária, que ascende as 600 crianças, nos seis equipamentos que existem na zona urbana."
O número revelado pela vereadora Ana Valentim foi conhecido no diagnóstico social do concelho de 2017, sobretudo, nas áreas de maior densidade populacional.
Destinado a crianças com idades entre os 3 meses e os 36 meses, o programa, que arranca em Setembro, irá permitir, não só uma igualdade no acesso à creche, como também permitir que “algumas mães, sobretudo de famílias monoparentais, possam, assim, aceder ao mercado de trabalho”.
Ana Valentim constata que, por vezes, estas mães não têm emprego, porque não têm onde deixar a criança “por falta desta resposta social".
Além de terem que comprovar que procuraram lugar na rede solidária e não obtiveram resposta, só terão apoio as famílias que têm indexados os 1.º, 2.º ou 3.º escalões do abono, ou seja, "que possuem uma situação económica mais frágil". A comparticipação traduzir-se-á em 80%, 60% e 40%, respectivamente.
"A mensalidade praticada pela creche da rede privada não poderá ser superior a 300 euros e a família assume o pagamento do diferencial entre a mensalidade estipulada pela creche e a comparticipação do Município, sendo que o valor imputado ao agregado não poderá ser inferior a 50 euros", refere ainda o regulamento.
20
mil euros é o investimento disponibilizado, para já pela autarquia. "Quando se implementa pela primeira vez um programa não temos certeza dos valores. Após a avaliação, as verbas poderão ser ajustadas ou a rubrica reforçada", informa Ana Valentim.