Sociedade
Dadores de sangue precisam-se para travar quebra de reservas
Dádivas caíram mais de 20% nas últimas semanas.
“Não nos podemos esquecer dos outros doentes, daqueles que continuam a precisar de sangue e de componentes sanguíneos para fazerem os seus tratamentos ou cirurgias e melhorar”. O apelo é de Helena Gonçalves, coordenadora da Área de Colheita de Sangue Total do Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra, e surge num momento em que as reservas de sangue continuam a diminuir, em consequência da pandemia. Em Março, as colheitas registaram quebras superiores a 20%.
A médica frisa que “não há motivos para não dar sangue”, “sempre sob a superintendência das normas emanadas pela Direcção-Geral da Saúde”, e que as acções de colheita promovidas pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) foram adaptadas aos tempos de pandemia, com reforço da segurança do protocolo e a introdução de novos requisitos.
Uma das alterações prende-se com a “medição da temperatura à entrada dos locais” de colheita, efectuada por um enfermeiro que “faz logo uma triagem”, explica Helena Gonçalves. Depois, além das perguntas habituais, o questionário feito aos potenciais dadores inclui “um reforço na pesquisa de antecedentes pessoais, nas questões relacionadas com as viagens a áreas ou regiões com surto ou transmissão comunitária activa”.
Segundo aquela médica, estão também a ser “renegociados” alguns espaços de colheita, para encontrar áreas maiores, de forma a cumprir os afastamentos necessários. Quando tal não é possível, procede- se ao cancelamento das acções.
“A nossa preocupação é garantir todas as condições de segurança, para que as dádivas continuem a ser feitas. Não podemos ficar com o peso na consciência, por estarmos tão focados no Covid-19, de esquecermos os outros doentes, nomeadamente aqueles que precisam de sangue”, afirma Helena Gonçalves.
A médica frisa que, em média, são necessárias “1000 unidades de transfusão” por dia em Portugal, número que, com a redução das cirurgias e consultas programadas, baixou agora para “600 a 700”.
“Há uma diminuição das necessidades, é um facto, mas o sangue e os componentes sanguíneos continuam a ser precisos para salvar vidas”, reforça.
Onde dar sangue na região
Para os próximos dias, o centro regional de Coimbra do IPST tem várias acções programadas na região. Este sábado, dia 10, as equipas estarão na Bidoeira de Cima, concelho de Leiria, e em São Mamede, Batalha. No primeiro caso, a recolha decorrerá no Centro Cultural e Recreativo da freguesia, entre as 9 e as 13 horas. Este será também o horário da acção programada para São Mamede, que terá lugar na sede da Junta de Freguesia. Entretanto, esta terça-feira foram retomadas as colheitas no Posto Avançado de Leiria da Cruz Vermelha, que manterão o horário das 9 às 13 horas. À sexta-feira (com excepção desta, que é Sexta-Feira Santa), a recolha será feita na Biblioteca Municipal de Leiria, entre as 16 e as 20 horas. Na próxima segunda-feira, dia 13, as equipas do IPST estarão, entre as 9 e as 13 horas e entre as 15 e as 18 horas, a fazer colheitas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Pombal. No site do IPST são disponibilizados os impressos da “declaração para efeitos de deslocação” para, em caso de necessidade, ser apresentada às forças de segurança. É ainda sugerido que, antes da deslocação, seja confirmada a realização da sessão.