Sociedade

Demissão colectiva no PS da Marinha Grande

31 out 2024 11:00

Fátima Cardoso recusa-se a suspender funções na presidência da Comissão Política Concelhia

demissao-colectiva-no-ps-da-marinha-grande
.
DR

No seguimento das conclusões da auditoria de gestão realizada pela Deloitte à empresa municipal TUMG, a pedido da câmara, relativa ao período de 2020 a 2023, a comissão política concelhia (CPC) do Partido Socialista da Marinha Grande(PSMG) deliberou, por unanimidade, a 19 de Outubro, propor a Fátima Cardoso, presidente da CPC e antiga administradora-executiva da TUMG, a suspensão de funções.

“Na sequência da não aceitação do proposto por parte da presidente da Demissão colectiva no PS da Marinha Grande CPC”, o PSMG informa em nota de imprensa, que, “quer os membros do secretariado, como os da CPC, apresentaram a sua demissão colectiva (da larga maioria dos seus membros)”.

Desta forma, adianta, o PSMG irá ter novas eleições para a CPC, a 13 de Dezembro.

“O PSMG reitera o seu compromisso inabalável com os valores que definem o Partido Socialista, como a integridade, a transparência e a responsabilidade pública. Somos intransigentes na defesa de uma gestão ética e rigorosa dos recursos públicos, assegurando que a confiança dos marinhenses é sempre respeitada. Continuaremos a trabalhar para construir uma alternativa política sólida e credível para a Marinha Grande, sempre orientada pelas verdadeiras necessidades e aspirações dos nossos cidadãos”, salienta o mesmo comunicado, assinado por Carlos Carvalho, presidente da Mesa da CPC, também ele demissionário. 

Em comunicado, Fátima Cardoso reage

"Venho a público manifestar o meu total e absoluto repúdio pelas acções e declarações caluniosas que consubstanciam um ataque à minha pessoa, assim como uma tentativa de assassinato político, levadas a cabo por aqueles que foram eleitos nas últimas eleições de 5 de Julho, num processo democrático".

"Toda esta acção foi movida única e exclusivamente por ambições pessoais, em completo desrespeito pelos valores, interesses do partido e do nosso concelho, assentes em ilegalidades e falsidades", declara Fátima Cardoso, para quem a CPC do Partido Socialista da Marinha Grande não tem competência legal, estatutária ou regulamentar para deliberar/decidir suspender a presidente da Concelhia".

"Os membros da CPC, no dia em que deliberaram ilegalmente, a 19 de outubro de 2024, sem a minha presença, não tinham, tal como não têm ainda hoje, conhecimento oficial do relatório da auditoria à empresa municipal TUMG, até porque a signatária apenas foi notificada do mesmo, no dia 23 de Outubro de 2024, ou seja, quatro dias depois da deliberação/decisão da CPC", prossegue.

"Infere-se que a deliberação/decisão foi tomada com base nas calúnias e insinuações que o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, nosso principal adversário político, levantou contra a signatária, em reunião de câmara e sem direito a contraditório", refere Fátima Cardoso.

"Após a leitura do relatório de auditoria, reafirmo que os factos ali imputados, no que a mim me dizem respeito, para além de não corresponderem à verdade, a qual, no devido tempo, será reposta", frisa a presidente da Concelhia, destacando que "todos os documentos da prestação de contas e declarações do órgão de gestão estão devidamente assinados pela então presidente da TUMG, incluindo todas as demonstrações financeiras dos exercícios em questão".

"Reafirmo que sob a minha pessoa não impende nenhuma investigação, não fui constituída arguida e nem fui acusada pelas entidades judiciais e judiciárias", nota  Fátima Cardoso, adiantando, que se efectue a transição para a nova CPC, não abandonará o partido. "Manter-me-ei em funções nos termos estatutários".