Sociedade
"Descarga violenta" de efluente suinícola detectada esta tarde na ribeira dos Milagres
Porta-voz da Comissão de Defesa da Ribeira dos Milagres teme o impacto nos banhistas na Praia da Vieira
A Comissão de Defesa da Ribeira dos Milagres denunciou estar, neste momento, em curso uma "descarga violenta" de efluente suinícola, na ribeira dos Milagres. Rui Crespo, porta-voz da comissão, diz que o Sepna - Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente confirmou a presença de uma grande quantidade de dejectos, não tratados, a descer para jusante do curso de água, em direcção ao rio Lis e à foz, na Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande.
O responsável explica que foi entre as 15 e as 16 horas que um morador na zona da Ponte da Catraia, à entrada da localidade dos Milagres, no concelho de Leiria, e ele próprio sentiram um forte cheiro desagradável, tendo-se deslocado até à ponte, onde constataram a presença de "efluente muito espesso e negro".
Neste momento, os militares da GNR estão à procura da origem do foco de poluição que se presume ser uma suinicultura nas proximidades da aldeia das Figueiras, a montante dos Milagres.
"Já na semana passada terá havido outra descarga não comunicada às autoridades, provavelmente, com o mesmo ponto de origem. Há uma impunidade muito grande e coimas muito ligeiras para quem faz isto", afirma Rui Crespo, lamentando que, amanhã, quaisquer banhistas da Praia da Vieira, por já ser Verão e época de férias, serão expostos à água poluída.
"A autoridade de saúde deveria fazer alguma coisa. Esta água demora cerca de 20 horas a chegar à foz", alerta.
Rui Crespo recorda ainda que esta situação tem mais de meio século sem uma solução.
"A ETAR do Coimbrão tem uma capacidade de tratamento de efluente suinícola de 270 m3 por dia, mas trata apenas 90 m3, isto quer dizer que ele não chega lá para ser tratado!"