Sociedade
Empresa intermunicipal lança projeto para reduzir perdas de água no Pinhal Interior
Obra vai começar pelos municípios de Alvaiázere e de Penela, seguindo-se os de Ansião, de Figueiró dos Vinhos, da Lousã e de Vila Nova de Poiares, que têm maiores problemas
A Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN), que fornece água aos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, lançou um projecto para reduzir e prevenir perdas de água, nos sistemas de distribuição de água.
Uma das problemáticas que mais prejudicam o serviço que a APIN presta às populações é a “quantidade de água que se perde nas nossas redes de abastecimento”, disse hoje, na apresentação, em Penela, o presidente da empresa, João Miguel Henriques.
Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela e Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, também integram e usam os serviços da APIN, empresa de capitais públicos.
“Estamos a falar de perdas na ordem dos 50%, significa isto que metade da água que nós adquirimos, acaba por não chegar ao consumidor final”, sublinhou João Miguel Henriques.
Estas perdas de água justificam-se nomeadamente pela falta de eficiência das condutas, daí a necessidade de fazer um “grande investimento nesta área”, para tornar o “serviço mais eficiente e para melhorar a qualidade do serviço que é prestado aos consumidores”, explicitou.
Trata-se de um projecto que envolve um investimento de cerca de 4,8 milhões de euros, cofinanciado a 50% por fundos europeus, através do POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) e que é transversal a todos os concelhos que integram o sistema APIN.
O contrato para a execução está assinado com a empresa que venceu o concurso e aguarda o visto do Tribunal de Contas.
A obra vai começar pelos municípios de Alvaiázere e de Penela, seguindo-se os de Ansião, de Figueiró dos Vinhos, da Lousã e de Vila Nova de Poiares e, depois, os restantes que integram na APIN.
A escolha destes municípios para começar a obra deve-se ao facto de serem os concelhos “mais críticos”, no que diz respeito a perdas de água.
Esta empreitada, com prazo de execução de 17 meses e que deverá ter início daqui a cerca de dois meses, inclui, designadamente, a remodelação de 32 quilómetros de condutas em todos os municípios da APIN, a instalação de cerca de 400 zonas de medição e controlo, bem como a instalação de cerca de meio milhar de equipamentos para monitorização de pressões e caudais.
A intervenção vai permitir, a médio longo/prazo, além do aumento da eficiência hídrica, a “redução dos custos da tarifa da água”, destacou ainda João Miguel Henriques, que também é presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares.
“Aquilo que pretendemos é que as tarifas a aplicar ao consumidor final possam reduzir, porque ele está a pagar” não só a água que “chega à torneira, mas também toda a que se perde pelo caminho”, concluiu.