Sociedade
Estado do Arunca levanta preocupações de saúde pública
Excesso de algas pintou rio de verde
A Câmara de Pombal foi notificada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para limpar lamas depositadas no Arunca, entre a zona de rejeição da ETAR e o viaduto do IC8, por nelas terem sido “detectadas opacidades anormais”.
A situação foi levada à última reunião de Câmara pela vereadora da oposição Odete Alves que sugeriu que se aproveitasse a oportunidade para limpar as margens, “que estão cheias de lixo”.
A socialista questionou ainda o estado da água. “Foram remetidas à Câmara resultados de análises que revelam problemas. Queremos saber até que ponto estes resultados afectam a saúde pública.”
A vereadora do Ambiente, admitiu que, devido à seca, o Arunca sofreu alterações visíveis, especialmente pela eutroficação das águas. “Há algas que não são boas para o rio e nunca tivemos tantas como este ano. Isso é consequência da pouca água e do excesso de calor. Colocámos infra-estruturas [um açude], como fazemos todos os anos, para que possa ser usufruído um espelho de água no rio, mas isso trouxe alguns constrangimentos”, disse Catarina Silva.
A responsável explicou que a chamada de atenção do delegado de saúde levou a que, além do repuxo que, anualmente, é colocado para oxigenar a água, fosse chamado um especialista que aconselhou medidas correctivas.
Assim, funcionários da autarquia retiraram algas, para reduzir a carga orgânica, até porque estas, em específico, são prejudiciais para os peixes, já que reduzem o oxigénio na água.
Relativamente às lamas da ETAR, na sequência de uma visita da APA, há dez dias, foi identificado um problema que “não está ligado com o funcionamento da estação”, mas com os resíduos que chegam para tratamento.
“No início da semana, as lamas são 'limpas', mas à medida que esta vai avançando, começam a demonstrar características anormais. Estamos a estudar o que está a provocar a situação.”
Jornadas do Arunca em Setembro
A situação do Arunca levou à organização, em Setembro, das Jornadas do Arunca, com o fim de discutir o futuro, na parte urbana do rio. “Ouviremos especialistas, juntas de freguesia e Os Amigos do Arunca, para saber como queremos o rio e como poderemos usufruir dele, no Inverno e no Verão", anunciou Catarina Silva. A APA também foi convidada a estar presente.