Viver
Estreia de filme Fátima reagendada para dia 13 de Agosto
Chegada de produção internacional às salas de cinema vai coincidir com a peregrinação de Agosto.
Já está anunciada a nova data para a estreia de Fátima, uma mega-produção internacional inspirada nas Memórias da Irmã Lúcia e em acontecimentos históricos passados em 1917, na Cova da Iria. O filme chegará às salas de cinema portuguesas no próximo dia 13 de Agosto, depois do adiamento resultante da pandemia do Covid-19, que impediu a estreia inicialmente prevista para o final de Abril.
Em comunicado, a Cinemundo justifica a escolha de Agosto por neste mês haver uma grande peregrinação ao Santuário de Fátima, que “se estende do dia 15 – feriado da Assunção de Nossa Senhora – até dia 19 – data da quarta aparição da Virgem aos pastorinhos”. Por outro lado, é também um período em que os emigrantes regressam a Portugal e que, “por norma vão a Fátima com os seus familiares agradecer as dádivas recebidas e pedir por mais um ano fora do País”.
“Acreditamos que existe uma grande janela de oportunidade no mês de Agosto, quer em termos de promoção do filme quer no respectivo acesso de espectadores aos cinemas para este filme em particular”, acrescenta aquela nota.
Fátima é uma co-produção internacional, realizada pelo italiano Marco Pontecorvo, que participou em A Guerra das Estrelas. O elenco do filme conta com a actuação de Harvey Keitel (conhecido pelas participações em Reservoir Dogs, A Última Tentação de Cristo, O Piano, Grand Budapest Hotel ou Pulp Fiction), que protagoniza um investigador de santos que se encontra com a irmã Lúcia no convento do Carmelo, em Coimbra.
A interpretação da vidente está a cargo da brasileira Sónia Braga, que despe a capa de sensualidade que a marcou em muitas das participações que fez ao longo da sua carreira para vestir o hábito de monja. No papel de administrador do concelho, responsável pelo interrogatório aos três pastorinhos, surge Goran Visnjic (o Dr. Kovac, da série Serviço de Urgência).
Entre os protagonistas, destaque ainda para os portugueses Joaquim de Almeida, na pele do padre Ferreira, Lúcia Moniz e Marco d’Almeida, que dão vida aos pais de Lúcia.
Para representar os três pastorinhos – Lúcia, Jacinta e Francisco - foram escolhidas três crianças espanholas, através de um casting internacional. Uma opção que, segundo Nuno Gonçalves, representante da Cinemundo, se deveu a questões de natureza jurídica.
“Do ponto de vista legal, era mais fácil optar por crianças não portuguesas. [No País] Existem uma série de restrições à participação de menores em filmes, que obrigam a horas máximas de filmagem e de dias de não participação em aulas”, justifica o representante da Cine- Mundo, que considera que as crianças espanholas “fun- cionaram muito bem”.
Do filme, sobressai a banda sonora a cargo de Andrea Bocelli, que atinge o seu auge na parte final, já com a ficha técnica a passar, com a interpretação do Gloria. Caso para dizer que vale a pena ficar mesmo até ao fim.
A fotografia é outro dos pontos fortes do filme, rodado entre a Tapa- da Nacional de Mafra, Sesimbra, Tomar e Cidadelhe, no concelho de Pinhel, que recria Aljustrel, a aldeia dos três videntes.
Com cerca de 70 actores e mais de 2500 figurantes, este é, segundo Nuno Gonçalves, a “maior produção” realizada até ao momento sobre os acontecimentos de 1917, na Cova da Iria.
“Conta-se a história que se sabe, quer pelas memórias da irmã Lúcia quer pelo que foi escrito, da forma mais ‘limpa’ possível. Não é um documentário, é um filme. Mostra a realidade de Portugal naquela época e os acontecimentos daquele tempo”, resume Nuno Gonçalves, frisando que houve a preocupação de “respeitar” as memórias da vidente, que servem de inspiração à película, sem “criar nenhum dogma”. Porque, como disse Lúcia - falecida em 2005 - numa frase que é reproduzida no filme, “a fé começa nos limites da compreensão”.