Economia

Faltam fornecedores locais em Peniche

29 nov 2023 17:44

Conferência sobre incentivos 2030 para Mar, Agricultura e Turismo decorreu sexta-feira

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Iniciativa decorreu em Peniche, na passada sexta-feira
DR

"As grandes empresas de Peniche enfrentam desafios significativos na busca por fornecedores locais, sendo forçadas a procurar uma parte significativa dos seus fornecedores em outras regiões do Pais." Esta foi uma das constatações aferidas durante 1.ª Conferência Incentivos 2030 – Mar, Agricultura & Turismo, que teve lugar na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar em Peniche, na sexta-feira, organizada pela Lecil - Contabilidade e Fiscalidade.

Perante uma plateia de mais de setenta participantes, foram debatidos os Incentivos do PT2030 e do PRR para as actividades relacionadas com o Mar, Agricultura e Turismo.

O primeiro painel de debate juntou, além da entidade anfitriã, a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar representada pelo seu director, Sérgio Leandro, figuras destacadas do sector empresarial, nomeadamente o Nuno Morgado CEO da Lecil e da MyManagement, Elsa Nicolau, directora executiva da Nigel, e ainda o reconhecido especialista em Fiscalidade, Abílio Sousa, CEO da Ivojoma.

"Este painel, marcado por uma abordagem mais empresarial, destacou, numa primeira fase, a ideia clara de que a região de Peniche tem capacidade para se desenvolver ainda mais, quer em actividades ligadas ao Mar, quer no Turismo, Agricultura e Serviços", nota a Lecil em comunicado.

Nesta linha, "os intervenientes salientaram que as grandes empresas de Peniche enfrentam desafios significativos na busca por fornecedores locais, sendo forçadas a procurar uma parte significativa dos seus fornecedores em outras regiões do País. Apontou-se assim para a oportunidade de surgirem novas empresas na região, tendo a ESTM/IPL se prontificado a apoiar as novas empresas".

Numa segunda fase do debate "discutiu-se a experiência das empresas em relação aos fundos comunitários, com Elsa Nicolau a afirmar que estes têm proporcionado uma oportunidade para inovar, para modernizar linhas de produção e reduzir custos de contexto (como os custos energéticos), aumentando assim a competitividade das empresas".

Abílio Sousa destacou as oportunidades dos apoios fiscais que existem para as empresas, que podem libertar fundos próprios para investir, com a I&D a ter também aqui um papel importante, nomeadamente com o apoio de entidades como a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar.

Nuno Morgado, CEO da Lecil, sublinhou a responsabilidade das empresas ao candidatar-se aos fundos europeus. "As candidaturas são uma responsabilidade que as empresas devem assumir com ponderação para que a execução seja feita de acordo com os objectivos e características da empresa".

Enfatizou ainda que esses recursos devem ser direccionados para investimentos que permitam à empresa obter retorno para pagar os investimentos realizados.

Os fundos comunitários permitem às empresas antecipar planos de investimento, fazer investimentos um pouco maiores, fazer investimentos mais inovadores, notou o orador.

A finalizar este primeiro painel, Sérgio Leandro anunciou que, no início de 2024, vai começar a ser construído, em Peniche, um novo centro de desenvolvimento, aproximando ainda mais as empresas da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar.

No segundo painel, foram abordadas questões mais práticas relacionadas aos apoios comunitários. Os representantes da LEADER OESTE, José Coutinho, e da ADEPE, Joaquim Pequicho, sublinharam a importância da proximidade dessas entidades com o tecido empresarial e demais agentes, destacando a necessidade de aumentar as verbas para fortalecer a capacidade de actuação e impacto na distribuição dos fundos europeus às PME portuguesas, informa a Lecil.

Por outro lado, os representantes do IAPMEI e do PRR asseguraram que ambas as entidades estão prontas e a executar aquilo que são os fundos actuais, antecipando o surgimento de oportunidades adicionais para as empresas em 2024, prossegue a mesma fonte.

Patrícia Corigo, representante da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, enfatizou a importância do investimento público para uma administração pública mais ágil e eficiente, beneficiando todas as empresas.

Destacou ainda a abertura de novos concursos em 2024, aconselhando as empresas a ficarem atentas aos sites do PRR e do Fundo Ambiental.

Nuno Gonçalves, em representação do IAPMEI, reforçou a importância de submeter uma candidatura e a total disponibilidade da equipa do IAPMEI em apoiar as empresas nos enquadramentos dos seus projectos de investimento.

"Em síntese, a conferência, moderada por Paulo Lopes, presidente da AAPI - Associação Ação para a Internacionalização, salientou a relevância dos fundos comunitários para o desenvolvimento regional e sublinhou a necessidade de as empresas estarem atentas às oportunidades e agirem com responsabilidade nas candidaturas", remata a mesma fonte.