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Festa do Cinema Italiano começa hoje em Leiria e dura três dias

21 nov 2022 09:51

De Pasolini aos realizadores contemporâneos mais importantes, são várias sessões com algum do melhor do cinema italiano em Leiria

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Atlas, de Niccolò Castelli
DR

Trata-se de “um percurso” pela cinematografia italiana “do contemporâneo até aos clássicos”, antecipa Adriano Smaldone, programador da Festa do Cinema Italiano, que começa esta segunda-feira, 21 de Novembro, em Leiria.

Até à próxima quarta-feira, serão exibidos quatro filmes, sempre no Teatro Miguel Franco, num roteiro que inclui Pasolini e se espraia entre 1962 e 2021.

Três sessões às 21:30 horas e outra às 18 horas.

O arranque da Festa do Cinema Italiano em Leiria acontece com Das Profundezas, de Michelangelo Frammartino, obra de 2021 que se estreou no cinema comercial em Portugal no mês passado, de “um dos realizadores italianos mais conceituados” na actualidade, realça Adriano Smaldone.

Das Profundezas, que recebeu o prémio especial do júri no 78.º Festival de Veneza, e, de acordo com o programador, “tem sido bem acolhido tanto pela crítica como pelo público”, evoca a descoberta, em 1961, da segunda gruta mais profunda do mundo: o Abismo de Bifurto.

Depois da visualização do filme, com início às 21:30 horas, está prevista uma conversa com membros do NEL – Núcleo de Espeleologia de Leiria.

Amanhã, terça-feira, à mesma hora e também no Teatro Miguel Franco, oportunidade para ver Mamma Roma, o segundo filme de Pier Paolo Pasolini, distribuído em Itália em 1962 e à época proibido em Portugal.

Antes, há um momento de contextualização da produção artística e cinematográfica de Pasolini.

O cineasta, poeta e escitor, que faria cem anos em 2022, “é um dos nomes incontornáveis da cultura europeia do século XX”, comenta Adriano Smaldone, e Mamma Roma um dos seus filmes “icónicos”, com “uma actriz icónica, Anna Maganani”.

Um retrato neorrealista das “enormes desigualdades” na sociedade italiana durante o “boom económico” do pós-guerra que descreve “a dureza” da vida num dos bairros de Roma.

Na quarta-feira, a sessão das 18 horas passa Futura, ou o que está por vir, documentário de 2021, que acaba de chegar ao circuito comercial em Portugal, assinado por Pietro Marcello, Francesco Munzi e Alice Rohrwacher, “três realizadores extremamente importantes no panorama contemporâneo” em Itália.

Segundo Adriano Smaldone, Futura fornece “o retrato de uma geração” e das suas perspectivas, em que se vislumbra “muita proximidade com Portugal”, através de “uma série de entrevistas a jovens de Itália”, recolhidas ao longo do ano de 2020.

Atlas, de Niccolò Castelli, nascido em Lugano, na Suíça, encerra a programação. “Uma visão nova do cinema italiano”, um filme “de tirar o fôlego”, refere a nota de imprensa. Conta com a interpretação da actriz e cantora Matilda De Angelis.

A partir de um atentado terrorista, a narrativa evolui em torno da “relação com o outro” e com “os que vêm de fora”, salienta Adriano Smaldone, numa exploração de temas como a confiança e o preconceito, que são hoje centrais na “sociedade europeia ocidental”.

Este ano com mais um dia em Leiria, a Festa do Cinema Italiano é organizada pela Associação Il Sorpasso, com o apoio do município.