Opinião

Filhos de uma… Panamá!

15 abr 2016 00:00

João Lázaro

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Começo por pedir desculpa ao leitor que faz o favor de dedicar parte do seu precioso tempo a ler este humilde e ignorante comentário. Creia que não o digo por imodéstia ou falsidade.

Na verdade reconheço a minha completa ignorância para entender os meandros da atual política, da alta finança, da geoestratégia mundial e de todas as coisas que se vão passando por esse mundo fora e que nos definem os dias o e o nosso viver neles.

Parte do meu escasso entendimento provém da interpretação avulsa dos dados transmitidos pela comunicação social. Leio-a e escuto-a atentamente. Nem sempre acredito no que me dizem, que a idade me ensinou a duvidar dos interesses de muitos e a seriar a integridade jornalística de uns poucos que, em boa-hora e felizmente, ainda há.

Assim, o que me proponho é a uma reflexão ingénua e sem conhecimento de causa. Quanto muito o dizer de quem se sente no direito à indignação, reconhecendo que o que aqui fica dito de nada servirá para alterar o fazer e o pensar dos senhores do mundo, de quem faz a lei e de quem a deve fazer cumprir.

Vem isto a propósito de, há dias, o jornalista e comentador de economia, Nicolau Santos, afirmar, numa intervenção na Antena 1, que diariamente se escoam do nosso país 2,3 milhões de euros para os chamados paraísos fiscais. Ou seja, por ano haverá uma fuga de 839,5 milhões de euros que deveriam ser tributados.

Não faço a mais pequena ideia de quanto representará em impostos que são roubados ao Estado, isto é, a todos nós. Dias depois, na mesma antena, alguém explicava que os escritórios de advogados implicados nesta ladroeira sempre acabam por encontrar formas expeditas de tornar o que é imoral em legal, pelo que quem nos rouba se torna intocável como se de uma casta se tratasse.

Se bem entendo o funcionamento de um Estado de Direito, os impostos são o contributo de cada um de nós para o bem comum. Para a defesa e manutenção do que é direito de todos os cidadãos sem exceção. São a nossa quota-parte contributiva para a segurança, a previsibilidade e a confiança necessárias para que todos tenhamos um amanhã. ...

Psicólogo
Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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