Economia
Futuro dos moldes passa pela união no financiamento e internacionalização
XI congresso em Oliveira de Azeméis
Após o vice-presidente da Cefamol - Associação Nacional das Indústrias de Moldes, Nuno Silva, ter dito que as exportações do sector davam sinais de recuperação, depois de cinco anos de quebras, o congresso da fileira realizado, no passado fim-de-semana, em Oliveira de Azeméis, serviu para os empresários pedirem apoio no financiamento de crescimento e investigação.
João Faustino, presidente da Cefamol, apelou ao ministro da Economia, António Costa Silva, presente no evento, para ajudar a encontrar financiamento que permita às empresas serem competitivas e manterem os investimentos em tecnologia.
“Ficou comprovado que este sector continua focado no futuro, devendo fortalecer a união e a cooperação para ganhar mais escala e massa crítica, potenciando a conquista de objectivos comuns. As empresas desta indústria devem ir juntas ao mercado, inovando em parceria, cooperando com instituições de ensino, apostando na formação de quadros e no investimento em I&D, devendo, juntas, garantir os instrumentos financeiros que potenciem a consolidação da imagem internacional e do posicionamento de excelência. O futuro da indústria de moldes ganhará se todos rumarmos para o mesmo lado”, afirmou João Faustino, aos cerca de 400 participantes, provenientes de mais de 100 empresas nacionais.
O presidente da Cefamol comprometeu- se, a curto e médio prazo, a lançar acções com instituições de ensino, entidades públicas e governamentais. “Contamos com a presenca das empresas para, em conjunto, concretizar projectos e iniciativas.”
Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, também presente no evento, sugeriu aos presentes a criação de um “selo sustentável” que valorize a indústria de moldes, defendendo que este sector deve procurar ser price maker, devendo inserir-se numa cadeia de valor onde “o que aporta representa a maior parte do valor do produto final”.
Da sua parte, o ministro da Economia e do Mar comprometeu-se a auxiliar as empresas do sector a superar as contingências do presente e os desafios do futuro. António Costa e Silva, no seu discurso, valorizou o sector e incentivou os empresários e restantes stakeholders a trabalhar o futuro.
“Infelizmente vivemos num País que, por motivos ideológicos, continua a hostilizar as empresas, em particular as grandes empresas. Continua a considerar o lucro um pecado e nós temos que combater esses preconceitos”, resumiu.
Deste 11.º congresso resultou a conclusão de que a indústria moldes é “muito competitiva e inovadora”, tem tido uma forte relevância na economia nacional e alcançado notoriedade no mercado internacional.
“O sector posiciona-se no Top 3 europeu, acompanhado pela Alemanha e Itália. As exportações de moldes alargaram a sua presença global em 2022, superando os 500 milhões de euros, com actividade em 87 países”, demonstrando, assim, a sua dimensão internacional.