Sociedade

Geoparque Oeste lança a primeira Rede Regional de Estações de Borboletas Noturnas

9 set 2024 11:56

Projecto resultará numa base de dados que vai permitir estudar o impacto das alterações climáticas nos ecossistemas

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DR
Daniela Franco Sousa

Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche (distrito de Leiria), também Alenquer, Cadaval, Lourinhã e Torres Vedras são os oito municípios que integram a recém -criada Rede Regional de Estações de Borboletas Nocturnas.

A rede regional surge no âmbito de uma parceria inicial com a Associação de Amigos do Planalto das Cesaredas que mais tarde se estendeu à Rede de Estações de Borboletas Nocturnas de âmbito nacional, agregando consequentemente outras entidades que já desenvolviam esta actividade no território do Geoparque Oeste.

Integra a totalidade do território deste Geoparque, assim como o dos dois municípios parceiros, totalizando uma área de 1600 quilómetros quadrados. Conta já com 12 estações de monitorização de borboletas nocturnas, que pelo menos uma vez por mês registam as espécies que por aqui habitam e transitam.

Os principais objectivos deste projecto são a recolha de dados de distribuição e ocorrência associados a um território com características próprias, monitorizar e detectar pragas, envolver as comunidades locais, entidades públicas e privadas, a recolha sistemática de dados das espécies de borboletas noturnas (ocorrência, tempos de vôo, etc.), a integração dos dados na Rede Nacional de Estações de Borboletas Nocturnas e no projecto Europeu European Butterfly Monitoring Scheme, a promoção do território enquanto destino de ciência.

Entre 2021 e 2023, esta Rege Regional registou a observação de mais de 9 000 borboletas, sendo que destas foram identificadas 302 espécies diferentes, através da realização de cerca de 235 sessões de observação, a sua grande maioria públicas.

Miguel Reis Silva, coordenador executivo do Geoparque Oeste, explica ao nosso jornal que este "projecto de trabalho agregado, permitirá ter, num futuro próximo, uma leitura integrada dos dados e a sua monitorização" e "dentro de 8,9 ou 10 anos, ter uma base de dados reais, que se tornarão base sólida para investigação científica, seja o sobre impacto das alterações climáticas nos ecossistemas, seja impacto de algumas pragas na agricultura".