Sociedade

GNR travou confrontos entre manifestantes e aficcionados

11 jul 2019 00:00

“Não é a Câmara que tem de proibir. O presidente não é a favor nem contra. Respeita os manifestantes como as cerca de três mil pessoas que assistiram ao espectáculo."

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Cerca de quatro dezenas de pessoas manifestaram-se no domingo em frente à arena montada em Porto de Mós para receber um espectáculo tauromáquico. Exibindo cartazes contra a realização de touradas.

“Sofrimento não pode ser divertimento” ou “vivam os outros morram as touradas” foram algumas das mensagens exibidas pelos manifestantes, que foram contestados pelos aficcionados do espectáculo. Os ânimos chegaram a exaltar-se, com algumas pessoas a empurrar e a rasgar cartazes que estavam a ser exibidos. Valeu a intervenção pronta da GNR para que não se registassem agressões físicas.

Diz não à tourada em Porto de Mós é o nome do movimento que nasceu em Porto de Mós e que em menos de um mês conquistou mais de 600 apoiantes nas redes sociais e uma petição de 1.800 assinaturas.

Inês Amado, munícipe do concelho e uma das organizadoras do protesto, refere que o objectivo é sensibilizar as pessoas contra este tipo de ‘espectáculo”.

“A tourada está associada à homenagem e apoio aos bombeiros, mas isso é puro marketing. As pessoas podem ajudar os nossos bombeiros de muitas maneiras", acrescentou.

Esta jovem lamenta ainda que o Município de Porto de Mós tenha autorizado a realização do evento, pois acaba por ser "conivente" com este tipo de "espectáculo". Para este movimento, está em causa a "tortura a que são sujeitos os touros, não só na arena, como na própria apropriação do animal para o 'espectáculo', tal como sucede no circo".

O presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, confessa que não aprecia touradas, mas lembra que é “um espectáculo legalizado”.

“Não é a Câmara que tem de proibir. O presidente não é a favor nem contra. Respeita os manifestantes como as cerca de três mil pessoas que assistiram ao espectáculo. A partir do momento em que a Inspecção-Geral das Actividades Culturais aprova, a autarquia não tem argumentos para recusar.”