Sociedade
Há uma proposta para tornar Mina da Guimarota em Monumento
Álvaro Madureira sugeriu que as galerias sejam “tornadas num museu visitável, com as condições de segurança, as pessoas podem visitar o local”.
Os vereadores do PSD sugeriram na última reunião de Câmara que se inicie um projecto para tornar a Mina da Guimarota, em São Romão, Leiria, num geomonumento, por ter sido um dos locais onde se encontraram dos “achados mais importantes” em Portugal.
Álvaro Madureira, vereador do PSD, alertou a autarquia para defender a jazida em si. “Devemos tornar a própria Mina da Guimarota num geomonumento, classificado do ponto de vista legislativo. Além da importância científica, em termos económicos vamos capitalizar muito este património a médio/longo prazo, porque virão pessoas de todo o mundo para estudar estes achados da Guimarota”, salientou.
O vereador sugeriu ainda que as galerias da mina sejam “tornadas num museu visitável, com as condições de segurança, as pessoas podem visitar o local”.
“Estamos a deixar para trás um dos principais legados, a par do Menino do Lapedo. Em termos evolutivos, o primeiro mamífero foi encontrado na Guimarota. O esqueleto do Jurássico foi descoberto em Leiria, tinha sete centímetros. É algo que está em todo o mundo. Cientificamente o marco é Leiria”, acrescentou Álvaro Madureira, que pretende que os fósseis que estão na Universidade de Berlim regressem a Leiria.
“O Museu de Leiria é excelente e podemos criar um laboratório paleontológico, que possibilite à comunidade científica os meios para o estudo, a preservação e a divulgação dos achados fossilíferos. Temos todas as condições para receber toda essa recolha. Eles levaram-nos e nós nem os conhecemos.”
O vice-presidente da Câmara, Gonçalo Lopes, concordou que na mina da Guimarota foram recolhidos “dos achados mais importantes em Portugal e no Mundo”, lembrando que, nos anos 70, vieram dezenas de investigadores alemães “que se deslocaram de propósito a Portugal para varrerem a mina de uma ponta à outra e encontraram um crocodilo de dimensões enormes”.
Considerando a importância da mina relevante, Gonçalo Lopes lembrou que o Museu de Leiria tem uma zona dedicada ao ambiente que se vivia na altura do Jurássico e admitiu que poderá ser organizado um seminário internacional à semelhança do que foi feito no âmbito dos 20 anos do Menino do Lapedo.