Sociedade

Habitação e saúde mental identificadas como maiores problemáticas sociais em Leiria

12 abr 2022 17:40

Diagnóstico Social “define prioridades e identifica as potencialidades e vulnerabilidades” do território

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Oferta em Leiria escasseia no sector da habitação
Ricardo Graça/Arquivo
Redacção/Agência Lusa

A Câmara de Leiria identificou a habitação e a saúde mental como as maiores problemáticas sociais do concelho, disse à agência Lusa a vereadora Ana Valentim.

“A questão da habitação e de haver um défice na oferta é, realmente, um problema”, afirmou Ana Valentim, a propósito da apresentação, hoje à tarde, do Diagnóstico Social do concelho pelo Conselho Local de Acção Social de Leiria (CLASL), liderado pelo município.

Destacando os valores das rendas “muito elevados” devido às quais “muitas pessoas não têm, efectivamente, condições de chegar ao mercado privado de arrendamento”, a vereadora, que tem, entre outros, os pelouros da Habitação, Saúde e Migrantes, exemplificou ainda com a chegada a Leiria dos deslocados da guerra na Ucrânia, para sublinhar que há “muitas dificuldades no acesso à habitação”.

Ana Valentim também referiu a saúde mental como outra grande problemática, notando que já no Diagnóstico Social de 2017 esta área tinha sido referenciada como prioritária.

“Não tem havido muito investimento e com a pandemia é do conhecimento geral que as questões da saúde mental irão, eventualmente, agravar-se”, salientou.

Neste âmbito, a autarca referiu que estão a ser organizadas as I Jornadas de Saúde Mental de Leiria, que decorrerão no fim do mês, para se conhecer, entre outros aspectos, o que localmente se tem feito e o que mais se pode fazer neste âmbito.

“A saúde mental tem de estar na ordem dos assuntos mais prementes de intervenção”, defendeu.

O Diagnóstico Social do concelho de Leiria foi produzido com a colaboração dos parceiros da Rede Social (100 no total, maioritariamente do sector social e entidade públicas).

Para a sua elaboração, foram constituídos 12 grupos de trabalho que incluíram áreas de intervenção que não estavam referenciadas em 2017, como as pessoas em situação de sem-abrigo, os migrantes ou as comunidades ciganas.

Segundo uma nota de imprensa da Câmara, o documento, a vigorar por quatro anos, é “estratégico para o concelho”, pois “define prioridades e identifica as potencialidades e vulnerabilidades” do território.

A sua actualização “é fundamental para a emissão de pareceres que permitam a implementação de novas respostas sociais e candidaturas a financiamento”.

Ana Valentim destacou “o trabalho de parceria” neste Diagnóstico Social e disse esperar que “este documento tenha impacto” e notou que “estar actualizado é uma mais-valia para todas as entidades do CLASL que queiram efectuar candidaturas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”.

“Aquilo que pretendemos é que as conclusões que se tirarem do Diagnóstico Social vinculem, também, os parceiros sociais, nomeadamente a Câmara, para a adopção de programas e de medidas políticas, para minimizar as problemáticas”, declarou.

Questionada sobre o que gostaria de ver resolvido até 2025, o prazo de vigência do novo Diagnóstico Social, a autarca destacou a habitação.

“O Município tem aprovada a sua Estratégia Local de Habitação, temos trabalho a fazer nessa área, mas era importante que a habitação deixasse de ser uma área tão problemática como tem vindo a acontecer, nomeadamente o facto de famílias em situação de vulnerabilidade terem muita dificuldade no acesso à habitação”, disse.

Por outro lado, é importante, igualmente, que “todos os parceiros assumam este compromisso da necessidade de se envolverem e tentarem minimizar, com projetos, parcerias e actividades, algumas destas problemáticas”, afirmou a vereadora.

“É um apelo que faço a todos os parceiros, que também se envolvam e que assumam este compromisso como um compromisso de todos e estratégico para o concelho”, acrescentou.

A Rede Social arrancou em Leiria em 2003, com 42 parceiros.