Sociedade

Heróis de Angola, uma avenida a “definhar” no centro de Leiria

26 jan 2017 00:00

O anunciado fecho da Bershka e da Pull&Bear será mais uma machadada na Heróis de Angola, uma avenida que 'suspira' pela requalificação do espaço público e dos edifícios, para que possa volta ao fulgor de outros tempos.

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Maria Anabela Silva

Já foi o 'centro comercial' de Leiria. O sítio onde era chique ir fazer compras. Hoje, a Avenida Heróis de Angola é uma sombra do que foi. Os edifícios têm vindo a degradar-se. Os passeios apresentam-se sujos e esburacados. As infra-estruturas de água e de saneamento estão a dar de si e a necessitar de intervenção urgente.

Já foram anunciadas várias propostas para requalificar o espaço público e alguns edifícios, como as Galerias Alcrima e o prédio da rodoviária, mas os projectos nunca saíram da gaveta.

A agravar a situação, há o encerramento de algumas lojas consideradas âncora, quer na avenida quer na envolvente.

Depois da Zara, que fechou no último Verão, será a vez da Bershka e da Pull&Bear, todas do grupo Inditex, abandonarem aquela zona da cidade, seguindo o mesmo caminho da Massimo Dutti, encerrada em 2012.

Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou já haverá interessados em instalarem-se nas lojas que ficarão vazias, mas a saída destas marcas, que, por si só, eram factores de atracção de pessoas à avenida, preocupa os comerciantes da zona. Uma preocupação agravada com o adiar da requalificação da avenida.

“A avenida está a definhar a cada dia, a cada semana e a cada mês que passa. Devia ser a sala de visitas da cidade, como já o foi no passado. Mas, hoje, é a avenida mais triste de Leiria”. O lamento é de José Caixeiro, comerciante instalado na Heróis de Angola há mais de 45 anos. Tem actualmente quatro lojas na zona, três na avenida e uma nas imediações.

Quando lhe perguntamos o que ainda o faz continuar, o empresário responde com a emoção: “Leiria é a nossa cidade. Fomos criando laços com as pessoas e temos colaboradores que nos acompanham há dezenas de anos. De outra forma, já teríamos fechado, como fizemos noutras localidades”.

Álvaro Albino é outro dos comerciantes mais antigos da Heróis de Angola e olha para o futuro da avenida com menos pessimismo, acreditando que as lojas actualmente ocupadas pela Bershka e pela Pull&Bear não ficarão vazias durante muito tempo. O comerciante deposita ainda esperança na promessa feita pela câmara de investir na requalificação do espaço público.

No início de 2015, a autarquia reuniu com os comerciantes da zona, para lhes apresentar as propostas de intervenção que estava a estudar, onde se incluía a cobertura parcial da avenida e o alargamento das zonas pedonais, o que permitia a instalação de algumas esplanadas.

Estava também a ser equacionada a mudança dos táxis para as traseiras do Teatro José Lúcio da Silva, com o espaço actual a ser transformado numa praça pedonal. O mesmo se pretendia fazer em frente ao Maringá, no troço entre a rotunda do emigrante e a Rua de São Francisco.

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