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Ignition. A primeira missão traz rock, jazz, funk e world music ao Caminho
Quarteto com músicos de Leiria lança álbum de estreia e prepara concertos
Há um encontro entre dois mundos no álbum de estreia do colectivo Ignition. Na capa, os músicos lembram astronautas lançados no espaço e o título do disco, Caminho, que é também o tema de abertura, já sugere a procura de um novo começo.
O território captado em estúdio emerge de uma fusão de estilos e ocupa-se da abolição de fronteiras entre o digital e o analógico. Paulo Bernardino (clarinete baixo) e Joel Silva (bateria), respectivamente, docente e antigo aluno do Orfeão de Leiria, juntam-se a Gil Gonçalves (tuba) e Manuel Rocha (guitarra) numa missão exploratória em que “o grande desafio” se apresentou no processo de “orquestrar de forma orgânica, em prol da música, toda a electrónica que cada elemento da banda possuía”.
O projecto combina influências de jazz, rock, funk e world music: “Abraçamos todos estes estilos de uma forma orgânica através de uma simbiose elegante entre os efeitos electrónicos e os sons acústicos dos instrumentos proporcionando uma autêntica viagem sonora”.
Depois do primeiro avanço, o single “No Rockets”, que o quarteto descreve ao JORNAL DE LEIRIA como “um momento de puro jazz rock”, “cheio de energia e espontaneidade”, também o álbum está já disponível nas plataformas digitais e será lançado no formato físico ainda durante o mês de Março, pela editora AsUR, com o apoio da Antena 2.
Os Ignition destacam a faixa que dá o título ao disco, “Caminho”, pelos “ambientes cósmicos contrastantes aos ambientes energéticos e calorosos de improvisação”, que convivem com “uma melodia em tom épico” entoada pelas filhas de Gil Gonçalves, e ainda o tema “Janela”, que é “um momento bem mais calmo”, em que sobressai a voz de Manuel Rocha “a entoar uma melodia repleta de pureza” composta por Paulo Bernardino.
No currículo dos quatro músicos não faltam colaborações com nomes bem conhecidos até do público menos especializado. Paulo Bernardino, que dá aulas nas escolas da SAMP – Sociedade Artística Musical dos Pousos e do Orfeão de Leiria, já trabalhou com Mayra Andrade e Luísa Sobral, além de Diogo Alexandre, Lars Arens, L.U.M.E. e várias orquestras clássicas. Faz parte da banda Catraia e de um duo com Augusto Bachera.
Joel Silva, por outro lado, é professor do Hot Clube de Portugal, contribuiu para mais de 50 discos, editou, em nome próprio, o álbum Geyser, e tocou com Bernardo Moreira, Maria João, Júlio Resende, Salvador Sobral, Sara Correia e António Zambujo, entre outros.
Manuel Rocha, que estudou na Berklee College of Music, nos Estados Unidos, e se estreou a solo com o álbum Arco, acompanha Maro e Luísa Sobral, além de integrar o novo projecto de Mimi Froes e de tocar com Andy Sheppard e Nanã Sousa Dias no projecto Landscape, de Hernán Castillo.
Por fim, Gil Gonçalves, professor na Universidade de Évora, é membro dos colectivos Kumpania Algazarra e Dixie Gang e colaborou com Luísa Sobral, Agir, Pedro Moutinho, Rodrigo Leão e com a Orquestra Gulbenkian.
“Somos quatro músicos provenientes de carreiras cimentadas a nível nacional e internacional, que se uniram para interpretar música de nossa autoria”, resumem.
Os primeiros concertos estão já em fase de agendamento e as datas serão anunciadas muito em breve.