Economia
Impacto do preço do gás na produção “tem sido enorme”
Presidente dos empresários de Leiria defende que só a descida de preço é caminho
A partir das auscultações que a Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria realizou junto dos associados com maior dependência da utilização de gás, o cenário traçado é de cautela e expectativa.
O presidente da Direcção revela que o impacto nos custos de produção “tem sido enorme”, “podendo mesmo fazer parar algumas empresas”. António Poças não vê outra saída se não um “ajuste”, para uma crise que assenta, em grande parte, na dependência energética e nas consequências da guerra na Ucrânia, mas que tem outras causas anteriores.
“Há quem defenda que, no período pré-pandemia, o preço da energia, eléctrica principalmente, em Portugal, estava baixo e a subida seria inevitável. De recordar que o preço começou a subir antes do início da guerra. Com a guerra atingiu valores elevados e o caminho só pode ser de descida”, entende, porém alerta, “a descida nunca será para os valores que tínhamos” antes.
O empresário adianta que após o primeiro impacto nas empresas muito dependentes do gás para as linhas de fábrica, como as do vidro e da cerâmica, haverá uma generalização dos sectores atingidos.
“Isto afectará todas as empresas, em especial, as que consomem mais electricidade como as dos plásticos, metalomecânica, agroindustrial, entre outras.”
Quanto à intenção do Governo de apostar na transição para o hidrogénio, Poças é realista e não prevê alterações para breve.
“É difícil dizer hoje quando estará disponível a tecnologia para produção em larga escala e a preços acessíveis.”