Sociedade
Investigadora de Leiria apresenta CeliAct nos EUA
Sónia Gonçalves Pereira considera que é importante promover uma dieta com maior teor de fibra para os doentes celíacos
Sónia Gonçalves Pereira, investigadora do ciTechCare do Politécnico de Leiria, apresentou os mais recentes resultados do seu projecto CeliAct(TIV) num evento científico dedicado à doença celíaca nos Estados Unidos da América.
Presente entre os investigadores das mais reconhecidas universidades e institutos científicos do mundo na área da saúde, Sónia Gonçalves Pereira revelou a importância do reforço da fibra alimentar na dieta dos doentes celíacos, uma das conclusões já publicadas do projecto, que está a completar dois anos de investigação.
Em parceria com um colega espanhol, os dois investigadores e as suas equipas estudaram o microbioma intestinal de doentes celíacos e dos seus familiares directos.
“Uma abordagem inovadora nesta área”, reconhece Sónia Gonçalves Pereira, ao revelar que foi demonstrado que “o microbioma intestinal dos doentes era mais parecido ao dos seus familiares que ao dos outros doentes, o que evidencia que é mais influenciado por factores ambientais do que pela doença”.
Também verificaram que, mesmo com essas maiores semelhanças, os doentes celíacos tinham menos quantidade de bactérias que degradam fibra alimentar, “derivado talvez do menor consumo de fibra, imposto pela dieta isenta de glúten a que são obrigados como único tratamento actualmente disponível para a doença”.
“Concluímos que é importante reforçar o consumo de fibra alimentar nestes doentes, o que pode ser relevante para a indústria alimentar considerar no desenvolvimento de novos produtos sem glúten”, destaca a investigadora. As espécies bacterianas “em falta” nos doentes celíacos, “estão associadas a menores processos inflamatórios”.
Por isso, “é importante promover uma dieta com maior teor de fibra para estes doentes, uma vez que a inflamação está associada a menor saúde e maior risco de doenças como diabetes, obesidade, entre outras”.
O projecto, que tem ainda mais um ano de investigação, é liderado por Sónia Gonçalves Pereira e tem agora a colaboração da Harvard Medical School e Massachusetts General Hospital, Tampere University, e Coimbra Chemical Center.